ELE QUERIA ME MANDAR GERÂNIOS
(Genaura Tormin)
Havia lançado a primeira edição de Pássaro Sem Asas. Entre as muitas demonstrações de carinho, estampadas das mais variadas maneiras, um telefonema ao meu local de trabalho, ( a Degacia de Crimes de Acidentes de Trânsito, onde exercia o meu ofício de Delegada de Polícia, na 5ª Auditoria), de cuja identidade não sei precisar, mas gostaria muito, dizia o seguinte:
— O seu livro é maravilhoso! É uma lição de vida! Não poderia terminar de lê-lo sem ouvir a sua voz! Ele é um testamento público! Gostaria de mandar-lhe gerânios. Onde posso encontrar gerânios? — disse a voz, firme e muito agradável.
— Sinto-me muito cativada pelo carinho. Gosto de todas as flores. Se o senhor sentiu vontade de mandar-me flores, faça de conta que as recebi, pois o desejo de amar já é amor — expliquei.
A voz insistia em me mandar gerânios. Finalmente encerrou o seu discurso dizendo que eu era uma flor.
Emocionada com o que ouvira, senti vontade de poetar. Como a última pessoa intimada para aquele dia havia sido atendida, pus-me no trabalho, dei vazão ao que dizia o coração:
APENAS UMA FLOR
Sou uma flor
diferente:
sem adubo
nem canteiro.
Mas
chamaram-me de flor!
E eu quero ser flor,
embora haja tristeza,
desenganos...
Uma flor de paz,
sempre de amor, vermelha.
Flor,
unicamente flor.
Sem primavera
nem inverno.
Flor no desalento,
flor nas madrugadas,
no frio,
no tempo,
nas lágrimas
e nas tormentas.
Flor-rosa,
de espinhos agudos.
Flor-mulher,
esperança cansada,
direito negado,
liberdade tomada.
Mas
amavelmente
ou gentilmente,
chamaram-me de flor.
E eu sou uma flor!
Nada mais.
Fico feliz,
por ser ainda,
apenas uma flor.
PS.: Hoje, esse livrinho já está em sua 6ª edição.
PLANTIO
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LEVE, LIVRE & SOLTA!
Sejam bem vindos!
Vocês alegram a minh'alma e meu coração.
Era uma luz no fim do túnel e eu não podia perder.
Era a oportunidade que me batia à porta.
Seria uma Delegada de Polícia, mesmo paraplégica!
Registrei a idéia e parti para o confronto.
Talvez o mais ousado de toda a minha vida.
Era tudo ou NADA!
(Genaura Tormin)
"Sou como a Rocha nua e crua, onde o navio bate e recua na amplidão do espaço a ermo.
Posso cair. Caio!
Mas caio de pé por cima dos meus escombros".
Embora não haja a força motora para manter-me fisicamente ereta, alicerço-me nas asas da CORAGEM, do OTIMISMO e da FÉ.
(Genaura Tormin)
Posso cair. Caio!
Mas caio de pé por cima dos meus escombros".
Embora não haja a força motora para manter-me fisicamente ereta, alicerço-me nas asas da CORAGEM, do OTIMISMO e da FÉ.
(Genaura Tormin)
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