PLANTIO

PLANTIO
PLANTIO
(Genaura Tormin)

Deus,
Senhor dos mares e montes,
Das flores e fontes.
Senhor da vida!
Senhor dos meus versos,
Do meu canto.

A Ti agradeço
A força para a jornada,
A emoção da semeadura,
A alegria da colheita.

Ao celeiro,
Recolho os frutos.
Renovo a fé no trabalho justo,
Na divisão do pão,
. E do amor fraterno.

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

QUE SAUDADE DE VOCÊ, GRAÇA LUCENA!





QUE SAUDADE DE VOCÊ,  GRAÇA LUCENA!
Aceite as flores que eu lhe dou!
(Genaura Tormin)

(Hoje, remexendo guardados, encontrei essa mensagem enviada a uma amiga. Um sentimento bateu-me forte, rasgando-se em saudades, fragmentando-se em solidão... Nela  falo de minha irmã, Graça, que não mais está entre nós. Algum tempo depois dessa missiva, ela partiu para não mais voltar. Foi singrar outros mares, conhcer outras dimensões junto ao Criador de Vidas. Dessa época em que pedi colo a essa amiga, a Graça ainda estava seguindo  o seu calvário, digladiando-se  entre as caidas e recaídas de um câncer que  depois veio a lhe banir a vida. E ela se foi... Um dia, com certeza, encontrar-nos-emos para pôr a conversa em dia e dividir o afeto, sem necessidade de linhas telefônicas, como o fazíamos sempre.)



... Zezé, querida,
Eu soube com pesar da passagem do seu irmão. Junto-me a ti. Doença maldita, o câncer!

A minha irmã, a Graça Lucena, luta com contra ela há 7 anos.
Sabe quem é ela?

Incentivei-a escrever no Planeta. Hoje saiu o lançamento do seu livro, CANTAROLANDO, pela AVBL. Até pensei que não fosse ver o livro. Saiu da UTI há 3 dias. Estava em coma.

Meu Deus, como a vida é frágil!

Nisso tudo, temos que ter coragem, pois, mesmo nos preparando para essa partida, não aceitamos.
A gente fica inerme, fragilizada, feito fantasmas ambulantes, sem nada fazer.

Graças a Deus que a Graça está bem.
Foi a primeira vez que ficou em coma, e do nada.

Simplesmente tombou sobre o volante.

Levaram-na para o Hospital e pelo celular identificaram a família.

Há muita solidariedade humana! Ainda bem.

Mas, como o ser humano é falho, frágil, carente!

Perdoa-me, por isso!

Vim para emprestar-lhe meu ombro, e estou usando o seu.

Meu Deus, meu Deus!
Mas, vc sabe tanto quanto eu, que a vida é efêmera!

Um sopro de vela!

Ainda bem que essa existência não é em vão. Aqui aprendemos, evoluímos...

A alma transcende à Casa do Pai, que é a verdadeira morada do espírito.

Sei que seu irmão era novo, encantado pela vida, pela filha, pela mulher...

Mas, querida, chegou a hora, o momento exato. Quem somos nós para questionar?

Não cai um fio de cabelo, uma folha de árvore sem a permissão de Deus.

Vc sabe disso! Acho que tudo tem o seu porquê.

Aqui, há sempre uma lição a aprender.
Quantas vezes, fazendo uma retrospectiva avaliatória, chegamos a conclusão que sem essa ou aquela dificuldade grande que achávamos que os nossos ombros não suportariam, não haveríamos galgado tanto crescimento, tanta descoberta benfazeja, tanto amadurecimento...

A dor é buril, forjando a obra, esculpindo a alma... Eu sou um testemunho vivo disso.

A cada dificuldade, fico a pensar o que virá de bem.
Fico pensando que a morte também deve ter uma compensação assim e muito, muito melhor.

Sei e tenho certeza de que não morremos, apenas trocamos de farda.
Assim, outras missões esperam o seu irmão. Deixa-o ir em paz!

Ele continuará velando pelos que ama aqui. Pode ter certeza.

Nós é que somos tão pequenos e egoístas que não entendemos a vontade de Deus.

A vida, ele nos deu! Ele nos tira quando chega a hora!

Resta agradecer e não lamentar.
Agradecer o tempo que Deus permitiu que ele ficasse para ver a filha, conviver mais um pouco com a família.
Lembra-se?

Acho que dessa época em que compartilhamos com vc essa fase tão doída, passaram-se uns 2 anos, não?
Zezé, falei tanto!

Nessas horas, todas as palavras tornam-se arcaicas, obsoletas...

O momento é duro e eu sei disso.

Talvez o silêncio, o estar perto sem nada dizer, fosse o melhor.

Mas, na virtualidade, não há esse meio termo.
A escrita significa o sinal da nossa presença, o tamanho do nosso afeto.

Assim, querida, vamos em frente!

Emprestar esse afeto, esse ombro amigo, aos que ficaram.

Há todo um caminho a palmilhar!
Beijo grande.

Fica com Deus.


Genaura Tormin

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

BOM DIA!



 BOM DIA!
(Genaura Tormin)

Um sorriso gostoso,
Um olhar manhoso,
Um gesto amigo
Para dizer bom dia!
Paz, amor e alegria!


Espreitar manhãs,
Com o sol nascendo entre colinas,
Sentir o cheiro da brisa ,
O lamento da ventania,
O aroma de fruta madura,
A algazarra da passarada,
Orquestrando uma melodia.
É a vida fabricando o dia!


Tudo em sinfonia
No zumbido das abelhas,
Nos ninhos que se multiplicam,
Na existência que ressurge altaneira.
É o milagre que acontece
No tamborilar da chuva
A fecundar amores,
Carreando frutos
Para o celeiro da vida.

Ser ombro,
Ser colo, ser alegria,
Ser amor, ser emoção,
E renascer todo dia
No solfejo da canção,
Doada, dividida, multiplicada
No convívio com o irmão.




sábado, 18 de agosto de 2012

PÁSSARO SEM ASAS?


PÁSSARO SEM ASAS?

Alcione Novaes dos Santos


Eu li: a mulher decola seu voo,
conquista espaços além,
sobrepuja limites.

Não há fronteiras
entre ser e querer:
querer é ser, já,
e o tempo é matéria presente,
pleno de desejos, sonhos
- arquitetura do mundo na palma da tua mão,
ó generosa mão, Genaura.

Eu vi: tua dor é a dor do homem,
enfim redimido,
redimensionado,
alçado, por tuas asas feitas de puro esplendor,
à infinitude da alma.

A mesma alma que sofre,
recua, avança,
teme... e ousa,
curva-se, e arriba,
constrói, soergue o homem
e o liberta de si mesmo:
tantos os grilhões.

Tuas asas são a tua alma, Genauríssima
( permita-me o superlativo - se ele é possível ).
E tua alma ainda soa em mm,
audazes badalos nos tímpanos acovardados,
minhas retinas de ver-para-não-ver.

O próximo em ti é mais que próximo:
é quase tu, Mulher alada,
tu que te transmutas no outro
a perscrutar-lhe escaninhos,
sondar, nele, a dor que também é tua,
por pura compaixão de viver.

Se o poeta escreve como quem morre,
Tu vives como quem morre:
cada instante é uma benção,
uma luz insuportavelmente última,
e teu momento veste-se, sempre,
de intensidade, magia, alumbramento.

Mas não é a morte o teu lume -
bem o sabemos.
Porque és Vida, Genaura,
gênese da luta,
da esperança, e da fé.

Teus pés fincaram a história de quantos
te descobrirem,
não duvides.

Li, mais: o livro não é só livro,
e a palavra não é verbo,
paramentos de signos.

O livro é energia,
é Deus quem o escreve
pela mão de um testemunho
de Sua grandeza.

Por isso o faz solene,
no princípio sôfrego,
depois livre, poderoso, doce, solidário, irmão.

Eu vi, Genaura Tormin:
tua nudez não me constrange,
tampouco me apieda;
Antes revela-me universos esquecidos,
virgens do meu pouco saber,
intocados.

Obrigado, Doutora Genaura Maria da Costa Tormin.

LEVE, LIVRE & SOLTA!


Sejam bem vindos!
Vocês alegram a minh'alma e meu coração.

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Era uma luz no fim do túnel e eu não podia perder.
Era a oportunidade que me batia à porta.
Seria uma Delegada de Polícia, mesmo paraplégica!
Registrei a idéia e parti para o confronto.
Talvez o mais ousado de toda a minha vida.
Era tudo ou NADA!
(Genaura Tormin)



"Sou como a Rocha nua e crua, onde o navio bate e recua na amplidão do espaço a ermo.
Posso cair. Caio!
Mas caio de pé por cima dos meus escombros".
Embora não haja a força motora para manter-me fisicamente ereta, alicerço-me nas asas da CORAGEM, do OTIMISMO e da FÉ.

(Genaura Tormin)