PLANTIO

PLANTIO
PLANTIO
(Genaura Tormin)

Deus,
Senhor dos mares e montes,
Das flores e fontes.
Senhor da vida!
Senhor dos meus versos,
Do meu canto.

A Ti agradeço
A força para a jornada,
A emoção da semeadura,
A alegria da colheita.

Ao celeiro,
Recolho os frutos.
Renovo a fé no trabalho justo,
Na divisão do pão,
. E do amor fraterno.

terça-feira, 18 de outubro de 2016

NOVO CICLO



Novo ciclo
(Genaura Tormin)


Numa restropectiva de mim mesma, do alto de 70 anos vida, alicerçada pela minha abençoada cadeira de rodas, revejo a caminhada e agradeço! 
Tudo me veio na medida certa e no tempo exato. 
O Feitor da Vida sabe o que faz! 

Talvez se não tivesse sido assim, não teria tido tantos sucessos e as empreitadas não significavam conquistas no pódio de tantas vitórias. 
Um projeto bem sucedido! E não fui eu a arquiteta. Tudo chegava a seu turno, galopando em dinossauros ou burrinhos. 

E eu entendia o tamanho do esforço que haveria de fazer. Aprendi a ler as entrelinhas, bordadas por frases construtivas, nas encostas de tantos caminhos. E eu as segui!
Os motivos, pequenos ou grandes, eram tão convincentes para alavancar essa indômita vontade de viver que me estampa o ser. 

Aprendizado, sucessos e desafios mesclaram-se em todas as jornadas, fazendo-me sempre à prova de bala! E essa camisa de força nunca se apartou de mim! Eu a ostentarei até o fim.
Deus, família e trabalho foram sempre os meus melhores motivos. A razão de minha estada por aqui!

O ciclos foram-se encerrando para que outros tivessem lugar. 
Isso é o exercício da vida. 
O trabalho foi sempre a minha religião e o maior mestre. 
Novo ciclo se exibe agora garboso!

Acabo de ingressar no rol dos aposentados, companheiros de 3a. Idade!
Preciso domar esse meu coração valente!
Preciso aceitar e me despedir do meu oficial trabalho!

Queridos colegas:

Procurarei não ser prolixa para que os sentimentos não abram as comportas dos meus olhos, tão bem tarameladas para aqui estar
Cheguei!

Avalio o caminho, revejo os pés e no calendário do tempo, confiro os 70 anos de vida feliz e bem vivida, dos quais 51 anos ininterruptos de vida pública dedicada ao meu País.

O espelho ainda me fala de sorriso, otimismo, alegria e alguma beleza. 
Isso, porque tudo que fiz foi sob o comando do amor, da qualificação, da satisfação do fazer e do respeito ético.

E eis que chego neste final de estrada, com o sentimento de missão cumprida!
Mochila às costas, diante de vcs, para um abraço, um agradecimento, um até logo ou um até breve.
Chegou a hora de ir! Não estranhem se acaso eu chorar.

Egressa de um concurso para Analista Judiciário do TJDFT, aqui estou há 21 anos.
Foi um tempo de paz, de crescimento, de trabalho para que a prestação jurisdicional chegasse em tempo célere ao jurisdicionado, em que eu me senti feliz, contente, contribuindo com a Justiça do Trabalho do meu Estado.

Durante todos esses anos integrei-me bem às equipes, irmanando um só espírito-de-corpo, pois jamais me subjugo às subserviências em busca de protecionismo sob o álibi da cadeira de rodas que ocupo há 34 anos.
Ela não me posterga, pelo contrário, enobrece-me!
Convida-me ao desafio.
E eu gosto disso.

O nosso Tribunal potencializa os recursos e tecnologias assistivas visando à plena acessibilidade das pessoas com deficiência.
Isso se chama respeito, inclusão.
Nunca me senti diferente, discriminada.
Acredito que não há discriminação que resista à competência.
Não é necessário paternalismo nem diferenciação, apenas respeito às leis e à célebre frase de Rui Barbosa: “... tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais na medida em que eles se desigualam”.

Mas agora chegou a hora de ir.
Muitas saudades levarei.
Lembrar-me-ei de todos os companheiros de labor, com quem aqui convivi.
Essa linda história de trabalho neste Tribunal será um marco de saudade nas celas de minhas recordações no acalanto dos dias.

Mas a história ainda não acabou. Conotativamente fui formiga a vida inteira, agora vou ser cigarra: cantar a vida, bordar horizontes, irmarnar-me às asas dos pássaros e rever prados, campinas e montes, solfejando a lira dos poemas meus.

Nunca me esquecerei do tempo que aqui servi como formiga e fui tão, tão feliz.
Esta Corte de Justiça continuará minha também. 
Os Camaradas-formigas terão um lugarzinho cativo no meu coração.
Mas, agora, adeus!

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Sejam bem vindos!
Vocês alegram a minh'alma e meu coração.

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Era uma luz no fim do túnel e eu não podia perder.
Era a oportunidade que me batia à porta.
Seria uma Delegada de Polícia, mesmo paraplégica!
Registrei a idéia e parti para o confronto.
Talvez o mais ousado de toda a minha vida.
Era tudo ou NADA!
(Genaura Tormin)



"Sou como a Rocha nua e crua, onde o navio bate e recua na amplidão do espaço a ermo.
Posso cair. Caio!
Mas caio de pé por cima dos meus escombros".
Embora não haja a força motora para manter-me fisicamente ereta, alicerço-me nas asas da CORAGEM, do OTIMISMO e da FÉ.

(Genaura Tormin)