PLANTIO
domingo, 29 de março de 2009
UNIÃO SEM SEXO
UNIÃO SEM SEXO
(Genaura Tormin)
Revendo uma pasta de recortes de jornais, encontrei essa entrevista, dada ao Diário da Manhã de minha cidade. Compartilho-a com vocês.
UNIÃO SEM SEXO
A escritora Genaura Tormin, 50 anos, 28 de casada, 4 filhos, não concorda com a idéia de casamento sem sexo, e afirma: _ É próprio do ser humano a atração física pelo sexo oposto e em conseqüência o desejo de acasalar-se. Daí o casamento, legalmente protegido, para o estabelecimento da família, que considero a mola mestra da sociedade. Um dos fins precípuos dessa união é o relacionamento sexual para a propagação da espécie. Além dessa finalidade, o ato sexual propicia muito prazer, amainando as desigualdades do casal, ajudando a construir a tão decantada felicidade. Ocorrendo fatalidades que causem impotência sexual, outras formas de “fazer amor” existem, ficando obstaculizada, apenas, a fecundação por vias normais. Contudo, ainda, pode-se lançar mão da medicina (reprodução in vitro e reprodução assistida) e da adoção.
DM - O que você prefere: a harmonia, a afinidade, o respeito mútuo ou o amor?
GT - Dentro da união conjugal esses ingredientes fazem ou deveriam fazer parte do amor maior que nos conduz à escolha do parceiro para uma união, que se imagina duradoura. E isso se faz por meio do namoro, não obstante hajam muitos desencontros e desencantos nessa caminhada. Talvez seja uma loteria, mas eu ainda acredito que o diálogo, os pontos comuns, o bom senso, a lucidez, a razão aliada ao coração, são boas ferramentas para o acerto.
DM - Será que com a espera da alma gêmea a pessoa não destrói outras chances de ser feliz?
GT - Geralmente, essa perfeição não existe. É preciso ser artista para esculpir uma aproximação do ideal. É preciso buscar o básico indispensável e daí construir uma obra de arte para alicerçar uma família sem mágoas, sem cicatrizes, fulcrada em exemplos diários. Contudo, sabe-se que a mulher, hoje, é uma nova mulher. Nada daquele estereótipo sociológico de objeto sexual, de fardo nos ombros do marido. Ela vai à luta, ombreia com ele, na conquista de seu espaço, sobressaindo-se com galhardia.
DM - Você acredita que nós temos almas gêmeas?
GT - À luz do espiritismo isso é explicável. Mas já é outro assunto e eu não quero misturar as coisas. Contudo, muitos relacionamentos levam-me a crer que existam, ou os casais foram privilegiados em sabedoria. E, ante esses artistas, curvo-me, com respeito. Chamo-os de mestres.
DM - Será que em vez de um grande amor seria melhor a gente ter um grande parceiro?
GT - Parceiro... só para sexo? Não acredito que seria grande. A mulher, geralmente, não encara o exercício do sexo como fisiologismo. Para ela o sexo é sublimação, o ápice do amor. Jamais poderia acontecer pleno, solto, bonito, sublime sem o grande amor.
DM - O que você acha da paixão?
GT - A paixão é um sentimento arrebatador, doentio, mas, extremamente gostoso. Entretanto é passageiro e costuma abrir verdadeiras crateras na saída. Um vazio imenso, um enorme gosto de dor. Para uma relação profícua, a paixão é prejudicial. Necessário se faz um amor maduro, consciente, respeitoso. Guimarães Rosa dizia que viver é muito perigoso. E, viver a dois, muito mais ainda.
DM - Você acredita que uma pessoa tem obrigação de fazer a outra feliz?
GT - Não, absolutamente. Se a gente ama, isso vem por acréscimo. É como aquela frase bíblica: Ama-me e fazes o que quiseres. O amor é espontaneidade e nunca imposição. E, a cada dia cresce ou desvanece conforme o trato. Por isso é necessário cuidar, regar todos os dias como se fosse uma plantinha. Jamais deixá-la murchar, por maiores que sejam as intempéries. É inteligência, sabe? Afinal, há mais felicidade em dar do que em receber.
DM - Será que o amor não é um tipo de embriaguez?
GT - Santa embriaguez! Se o fosse, eu gostaria de ser alcoólatra. Pelo contrário, o amor é lucidez, dinamismo... Não só o amor conjugal, mas o amor em sentido lato, o amor transcendental. Se você não tem o amor por escudo, torna-se uma pessoa vazia, amarga, sem brilho nos olhos, sem objetivo, concorda?
DM - Os tempos de hoje comporta um amor no estilo romântico piegas?
GT - O amor não tem receitas, determinações. Ele é intrínseco, peculiar. Cada um ama do seu jeito. O importante é amar e sentir-se amado. Eu sou romântica. Gosto de lua matreira, de chuva na janela, de ganhar flores, de ingredientes que aumentem a minha sensibilidade rumo ao amor, desde que sejam espontâneos e sinceros. Por que não cantar o amor? Quem não gosta de ouvir, repetidas vezes, a confirmação de que é amado, num guardanapo de hotel, num cantarolado jocoso, numa caricatura de jornal jeitosamente endereçada... E, isso eu não acho que seja piegas em qualquer tempo.
DM - Você acha que o nome AMOR poderia ser trocado por ternura?
GT - Não. Ternura é um componente do amor.
DM - O casal que se maltrata o dia inteiro e à noite chegam juntos ao orgasmo, isso é amor?
GT - No meu ponto de vista, não. A isso eu chamo fisiologismo, e abomino. O Amor engloba respeito e o exercício do sexo é como se fosse uma cerimônia litúrgica, necessita ritual, preparação. É preciso respeitar e respeitar-se. Faz parte do amor. É preciso não se anular, mas saber dialogar, ceder, reconhecer e, muito mais, aprender. É por meio dessas agressividades que o casamento torna-se compromisso de ninguém e as separações ganham índices avassaladores, com grandes prejuízos e desgastes psicossomáticos para toda a família.
DM - Você concorda com as traições rápidas?
GT - Antes de qualquer aventura, deve-se olhar primeiro se a porta de saída não é muito estreita. Às vezes, por uma simples curiosidade, embarca-se numa canoa furada, sem retorno. Depois, quem ama e é correspondido não se dá a essas aventuras.
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Sejam bem vindos!
Vocês alegram a minh'alma e meu coração.
Era uma luz no fim do túnel e eu não podia perder.
Era a oportunidade que me batia à porta.
Seria uma Delegada de Polícia, mesmo paraplégica!
Registrei a idéia e parti para o confronto.
Talvez o mais ousado de toda a minha vida.
Era tudo ou NADA!
(Genaura Tormin)
"Sou como a Rocha nua e crua, onde o navio bate e recua na amplidão do espaço a ermo.
Posso cair. Caio!
Mas caio de pé por cima dos meus escombros".
Embora não haja a força motora para manter-me fisicamente ereta, alicerço-me nas asas da CORAGEM, do OTIMISMO e da FÉ.
(Genaura Tormin)
Posso cair. Caio!
Mas caio de pé por cima dos meus escombros".
Embora não haja a força motora para manter-me fisicamente ereta, alicerço-me nas asas da CORAGEM, do OTIMISMO e da FÉ.
(Genaura Tormin)
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