PARABÉNS, ALFREDO, PELO ANIVERSÁRIO!
(Genaura Tormin)
Alfredo querido,
Hoje você faria 77 anos, dos quais 49 ao meu lado e dessa linda família que tivemos a honra de construir.
Logo, pela manhã, eu o cumprimentei como costumeiramente fazia. Abracei-o forte e contei-lhe as novidades, hoje tão poucas, tão sem graça...
É o seu aniversário!
Perdoa-me pela fragilidade. Pelas lágrimas que não consigo conter.
Tenho tentado seguir.
Ao contrário do que sempre me julguei, sinto-me tão despreparada! Não cursei essa matéria.
Esse vocábulo não existia no meu dicionário. Há muito eu o havia expulsado de lá.
O registro fotográfico acima foi em janeiro deste ano, durante um passeio às Cataratas do Iguaçu.
Uma despedida? Quem sabe? Um presente!
Pouco tempo depois, em abril, vítima de um Câncer linfático, logo pela manhã, você partiu para a outra dimensão da vida, sem se despedir, sem um adeus, sem nenhuma recomendação...
Maldita doença!
Ficamos órfãos!
E como isso dói!
A casa está vazia, solitária, fria e triste.
Das paredes emerge abandono e os ecos se formam pelos cantos.
Juro que eu não sabia que a dor viria tão cortante, tão malvada!
Nunca pensei nisso! Talvez pensasse que você seria eterno.
Sei que a existência é finita, mas acreditava que eu partiria primeiro.
Falta o companheiro, a mão amiga, o olhar carinhoso, o cuidado zeloso que me alcançava em qualquer lugar, a direção que nos guiava, a certeza da presença, o afeto compartilhado.
Meu Deus, falta tudo!
Mas, especialmente hoje, o meu desejo é o de que você esteja bem, feliz e contente, e que haja festa por aí, pois sei que não morremos, apenas mudamos de roupagem e de endereço.
Somos espíritos imortais.
Aqui, estamos numa experiência humana.
Ao fim, voltaremos para a Casa do Pai, como você acaba de fazer.
Isso me consola.
Dá-me a certeza do reencontro.
Parabéns, meu amor!
Beijos da sua mulher,
Genaura Tormin