PLANTIO

PLANTIO
PLANTIO
(Genaura Tormin)

Deus,
Senhor dos mares e montes,
Das flores e fontes.
Senhor da vida!
Senhor dos meus versos,
Do meu canto.

A Ti agradeço
A força para a jornada,
A emoção da semeadura,
A alegria da colheita.

Ao celeiro,
Recolho os frutos.
Renovo a fé no trabalho justo,
Na divisão do pão,
. E do amor fraterno.

terça-feira, 12 de setembro de 2017

PARABÉNS, ALFREDO, PELO ANIVERSÁRIO



PARABÉNS, ALFREDO, PELO ANIVERSÁRIO!
(Genaura Tormin)

Alfredo querido,

Hoje você faria 77 anos, dos quais 49 ao meu lado e dessa linda família que tivemos a honra de construir.
Logo, pela manhã, eu o cumprimentei como costumeiramente fazia. Abracei-o forte e contei-lhe as novidades, hoje tão poucas, tão sem graça...
É o seu aniversário!

Perdoa-me pela fragilidade. Pelas lágrimas que não consigo conter.
Tenho tentado seguir.
Ao contrário do que sempre me julguei, sinto-me tão despreparada! Não cursei essa matéria.

Esse vocábulo não existia no meu dicionário. Há muito eu o havia expulsado de lá.
O registro fotográfico acima foi em janeiro deste ano, durante um passeio às Cataratas do Iguaçu. 

Uma despedida? Quem sabe? Um presente!
Pouco tempo depois, em abril, vítima de um Câncer linfático, logo pela manhã, você partiu para a outra dimensão da vida, sem se despedir, sem um adeus, sem nenhuma recomendação...

Maldita doença!
Ficamos órfãos!
E como isso dói!

A casa está vazia, solitária, fria e triste.
Das paredes emerge abandono e os ecos se formam pelos cantos.
Juro que eu não sabia que a dor viria tão cortante, tão malvada!
Nunca pensei nisso! Talvez pensasse que você seria eterno.

Sei que a existência é finita, mas acreditava que eu partiria primeiro.
Falta o companheiro, a mão amiga, o olhar carinhoso, o cuidado zeloso que me alcançava em qualquer lugar, a direção que nos guiava, a certeza da presença, o afeto compartilhado.

Meu Deus, falta tudo!
Mas, especialmente hoje, o meu desejo é o de que você esteja bem, feliz e contente, e que haja festa por aí, pois sei que não morremos, apenas mudamos de roupagem e de endereço.

Somos espíritos imortais.
Aqui, estamos numa experiência humana.
Ao fim, voltaremos para a Casa do Pai, como você acaba de fazer.

Isso me consola.
Dá-me a certeza do reencontro.

Parabéns, meu amor!

Beijos da sua mulher,
Genaura Tormin

domingo, 10 de setembro de 2017

AUTO-HEMOTERAPIA



AUTO-HEMOTERAPIA
(Genaura Tormin)

Eis-me aqui para um dedinho de prosa.
Muitas coisas aconteceram.
Costumo dizer que a vida não é estática.
Corre feito um rio que vai se moldando entre as pedras do seu curso.

Pois é, aposentaram-me pela Compulsória, quando 
completei 70 anos de idade, embora eu me sinta jovem.
Meu coração ainda se encanta no eito da poesia.

Agora, em casa.
Na bagagem trouxe muitas saudades, afinal foram 51 anos de serviços 
prestados ao meu País!
           Continuo fazendo a Auto Hemoterapia regularmente. 
Significa prece para mim.

              As taxas estão ótimas, mas a caminhada, agora sem trabalho 
rotineiro, faz-me  querer avançar sempre mais, esquecendo-me de que estou entre 
os companheiros da 3a idade.

       Rebelde que sou, muitas quedas se registraram nesse tempo, 
legando-me cirurgias e complicações. Contudo, eu sempre saio vencedora!
            
Tenho que vestir a camisa do time e me aquietar.
         Os desgastes dessa idade são cruéis, mas eu vou levando feliz 
e ainda muito entusiasmada com tudo.

            O corpo físico perece, mas o espírito cresce e alçará seu 
voo no tempo certo.
        Continuarei sempre registrando 
o meu agradecimento à AUTO-HEMOTERAPIA.


Não posso deixar de dizer que sofri a maior perda de toda a minha vida! 

O meu marido, 
companheiro inseparável e solidário de todos os meus avanços 
e conquistas, partiu para a outra dimensão da vida!

Nós dois soubemos fazer da existência uma pista de dança, 
num bailado perfeito de passos executados com a mente bem direcionada, 
cujo mestre era ele, que sempre me dava a mão para a próxima dança.

 E nesse cuidado, partiu primeiro para me apascentar o caminho, 
receber-me na chegada!
Agora sigo só. 
Como isso dói! 


Como isso fere meus sentimentos abrasados pela saudade! 
Nada a fazer. 
Apenas seguir! 


Resta-me a família: filhos, noras e netos e o compromisso 

e não depor as armas.
Com elas, continuarei no front até o último dia, 
na certeza do reencontro.



terça-feira, 29 de agosto de 2017

PÁSSARO SEM ASAS CHEGOU AO FIM


PÁSSARO SEM ASAS CHEGOU AO FIM
(Genaura Tormin)


Concluída, enfim, uma história verdadeira, 
um acalanto a esse nosso altruísmo aguerrido

de seguir no front das muitas batalhas 
que nos fizeram vencedores
Eis as úlltimas palavras: 
Deponho as armas, guardo a caneta, fecho o livro!
Chegou ao fim!
Sentar-me-ei para refletir e agradecer a cada um 
dos leitores que me seguiram nessa jornada.

Valeu a pena essa minha caminhada por aqui!

E quando eu me for, nas asas do vento 
de uma tarde linda, com mistérios e cores, 
o Pássaro Sem Asas planará faceiro, 
contando um pouco dessa 
história de amor, 
desse meu jeito guerreiro, faceiro, 
valente de enfrentar desafios, 
cantar a vida e seguir sempre. 

À família,
Aos filhos e netos,
Deixarei saudades...
Presença silenciosa.
Frases inaudíveis
Ecoarão no ar.
Só, seguirei a minha estrada...
Nada levarei.
Não é necessário.

Para trás,
Um lar vazio,
Uma lembrança gasta,
Uma janela aberta...
Mas se um dia,
Sentirem a minha falta,
Juro, não é covardia,
Deixem rolar o pranto,
Espantem essa agonia.

Em nome dessa partilha,
E da felicidade
Que nos uniram um dia,
Relembrem os bons momentos.
E se eu puder,
Virei enxugar-lhes o pranto,
Num raio de sol,
Num bater de asas,
Num sopro de vento.

A você, meu marido, eis a obra concluída!
Uma ode de amor a nós dois, que soubemos fazer da 
existência uma pista de dança, 
num bailado perfeito de passos 
executados com a mente bem direcionada, cujo mestre era você, 
que sempre me dava a mão para a próxima dança.

E nesse cuidado, partiu primeiro para me apascentar o caminho, 
receber-me na chegada!

Hasta luego!

LEVE, LIVRE & SOLTA!


Sejam bem vindos!
Vocês alegram a minh'alma e meu coração.

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Era uma luz no fim do túnel e eu não podia perder.
Era a oportunidade que me batia à porta.
Seria uma Delegada de Polícia, mesmo paraplégica!
Registrei a idéia e parti para o confronto.
Talvez o mais ousado de toda a minha vida.
Era tudo ou NADA!
(Genaura Tormin)



"Sou como a Rocha nua e crua, onde o navio bate e recua na amplidão do espaço a ermo.
Posso cair. Caio!
Mas caio de pé por cima dos meus escombros".
Embora não haja a força motora para manter-me fisicamente ereta, alicerço-me nas asas da CORAGEM, do OTIMISMO e da FÉ.

(Genaura Tormin)