PLANTIO

PLANTIO
PLANTIO
(Genaura Tormin)

Deus,
Senhor dos mares e montes,
Das flores e fontes.
Senhor da vida!
Senhor dos meus versos,
Do meu canto.

A Ti agradeço
A força para a jornada,
A emoção da semeadura,
A alegria da colheita.

Ao celeiro,
Recolho os frutos.
Renovo a fé no trabalho justo,
Na divisão do pão,
. E do amor fraterno.

terça-feira, 24 de março de 2009

SOU ALEGRE, POR QUE NÃO?





SOU ALEGRE, POR QUE NÃO?
(Genaura Tormin)

Sempre fui uma pessoa muito alegre, espalhafatosa, daquelas “cheguei, estou aqui”. Tenho grande facilidade para relacionar-me com as pessoas, realçando o que me agrada e esquecendo das coisas contrárias. Acho que isso deve ser a lei da vida, pois, viver é maravilhoso, mas muito perigoso.

Preocupo-me muito em dar amor, alegria, pois é dando que se recebe. E se não receber, tudo bem. Fica o sentimento de uma boa ação e de um plantio benfazejo.
Lembro-me de que, quando fiquei paraplégica, as crianças de minha rua lamentavam, dizendo:

— Nossa! Que judiação! Logo a tia Genaura que pulava corda com a gente, andava de bicicleta...

E era mesmo. Quando ia ao mercado da esquina, muitas e muitas vezes deixava as compras no chão para pular corda com a criançada ou dar um chute na bola. Para mim, sempre foi muito fácil e prazeroso assumir todas as idades, todos os papéis. Mas este de paraplégica não estava no meu projeto de vida. Apesar de esquisito, estou tentando sair-me bem.

Agora, não pulo corda, não chuto bola, não ando de bicicleta... Recebi uma dura sentença por crime que não cometi nesta vida. Mataram as pernas em mim. Poderia tê-las usado muito mais vezes! Poderia ter andado descalça, feito grandes caminhadas, pisado na grama, na areia, no barro... Poderia ter evitado veículos. Enfim, poderia ter usado muito mais o meu caminhar faceiro, dançarino, rebolante.

Mesmo assim, ainda corro atrás da vida! Corro atrás de minha evolução como caminhante desta íngreme estrada.

Meu físico é paraplégico, mas a mente e o coração experimentam todas as emoções, sobrevoam todas as paragens, alcançam o infinito. E na fantasia, chuto todas as bolas, pulo corda, ando de bicicleta e sou a campeã dos meus aprendizados. Se as pernas, fisicamente, estão mortas ou incapacitadas, o coração é vivo, o meu desejo latente e o sorriso aflora sempre até os cantos das orelhas.

E isso me basta. É o mínimo indispensável para erguer tudo de novo, embora sobre os escombros. Agora melhor, alicerçado na experiência do viver. Afinal, a vida ainda me agraciou com tantos caminhos a serem percorridos, tantos potenciais a serem desenvolvidos. Cabe a mim o labor do progresso que queira alcançar e o positivismo para enfrentá-lo, na certeza de que jamais serei omissa, pois estou viva!

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Sejam bem vindos!
Vocês alegram a minh'alma e meu coração.

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Era uma luz no fim do túnel e eu não podia perder.
Era a oportunidade que me batia à porta.
Seria uma Delegada de Polícia, mesmo paraplégica!
Registrei a idéia e parti para o confronto.
Talvez o mais ousado de toda a minha vida.
Era tudo ou NADA!
(Genaura Tormin)



"Sou como a Rocha nua e crua, onde o navio bate e recua na amplidão do espaço a ermo.
Posso cair. Caio!
Mas caio de pé por cima dos meus escombros".
Embora não haja a força motora para manter-me fisicamente ereta, alicerço-me nas asas da CORAGEM, do OTIMISMO e da FÉ.

(Genaura Tormin)