PLANTIO

PLANTIO
PLANTIO
(Genaura Tormin)

Deus,
Senhor dos mares e montes,
Das flores e fontes.
Senhor da vida!
Senhor dos meus versos,
Do meu canto.

A Ti agradeço
A força para a jornada,
A emoção da semeadura,
A alegria da colheita.

Ao celeiro,
Recolho os frutos.
Renovo a fé no trabalho justo,
Na divisão do pão,
. E do amor fraterno.

segunda-feira, 16 de março de 2009

A DESPEDIDA DE UMA GUERREIRA


A DESPEDIDA DE UMA GUERREIRA
(Genaura Tormin)

Minhas forças estavam minadas e, mais do que nunca, queria ter mãe, deitar-me em seu regaço e deixar-me embalar. Até Deus banira-me desse direito, levando-a, prematuramente, numa noite fria. Será que ela estava vendo o meu sofrimento, o que restara de mim?

Ainda estão gravadas em minhas retinas a última presença física do seu rosto amigo, de suas mãos inertes cruzadas ao peito no leito frio. Mãos que semearam, trabalharam, abençoaram, afagaram tanto! A lembrança do seu cortejo fúnebre...

O dia acabava! O sol esvaía-se na linha do horizonte, num matizado nesgado de cores pálidas, filtrando seus raios através do arvoredo em sombras rendadas, visíveis à margem da estrada. O esquife com os restos mortais de minha mãe era transportado ladeira acima, acompanhado pela fileira de carros que ziguezagueava pelas curvas, deixando para trás o casario, a vida agitada pelo convívio humano. Ficava para trás um lar vazio e uma saudade eterna. Embora a brisa daquele resto de tarde fosse amena, o filme impregnado de tristeza nunca desertou de mim. Era a despedida de uma guerreira! A última homenagem que a vida lhe fazia. Uma mulher simples que, além dos muitos valores, havia-me deixado sua coragem por legado.

Mesmo do outro lado da vida, o seu espírito, certamente, estaria ali a me acalentar. Inexperiente, eu precisava chorar.

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Sejam bem vindos!
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Era uma luz no fim do túnel e eu não podia perder.
Era a oportunidade que me batia à porta.
Seria uma Delegada de Polícia, mesmo paraplégica!
Registrei a idéia e parti para o confronto.
Talvez o mais ousado de toda a minha vida.
Era tudo ou NADA!
(Genaura Tormin)



"Sou como a Rocha nua e crua, onde o navio bate e recua na amplidão do espaço a ermo.
Posso cair. Caio!
Mas caio de pé por cima dos meus escombros".
Embora não haja a força motora para manter-me fisicamente ereta, alicerço-me nas asas da CORAGEM, do OTIMISMO e da FÉ.

(Genaura Tormin)