PLANTIO

PLANTIO
PLANTIO
(Genaura Tormin)

Deus,
Senhor dos mares e montes,
Das flores e fontes.
Senhor da vida!
Senhor dos meus versos,
Do meu canto.

A Ti agradeço
A força para a jornada,
A emoção da semeadura,
A alegria da colheita.

Ao celeiro,
Recolho os frutos.
Renovo a fé no trabalho justo,
Na divisão do pão,
. E do amor fraterno.

domingo, 4 de outubro de 2009

PESSOA COM DEFICIÊNCIA FÍSICA


PESSOA COM DEFICIÊNCIA FÍSICA
(Genaura Tormin)

Senhores e Senhoras,

Para mim é muito fácil e prazeroso assumir todas as idades, todos os papéis. Mas este de paraplégica não estava no “script”. Apesar de esquisito, estou tentando sair-me bem.

Agora, não pulo corda, não ando de bicicleta... Recebi uma dura sentença por crime que não cometi nesta vida. Mataram minhas pernas em mim. Poderia tê-las usado muito mais vezes! Poderia ter andado descalça, feito grandes caminhadas, pisado na grama, na areia, no barro... Poderia ter evitado veículos... Enfim, poderia ter usado muito mais o meu caminhar faceiro, dançarino, rebolante.

Mesmo assim, ainda corro atrás da vida para que ela não corra atrás de mim. Corro atrás de minha evolução como caminhante dessa íngreme estrada. E na minha fantasia, sou a campeã dos meus aprendizados. Se minhas pernas fisicamente estão mortas ou incapacitadas, o meu coração é vivo, o meu desejo latente e o sorriso aflora sempre até os cantos das orelhas. Eu estou viva!!!

Com isso, eu quero demostrar que a vida é efêmera, finita, e as fatalidades não avisam. Não escolhem status, raça, cor, sexo ou credo. Por isso, não devemos deixar para amanhã o que podemos fazer hoje. Devemos viver todos os momentos como se fosse o último, tentando ser feliz e fazer felizes as pessoas que nos cercam.
Às vezes, quando estamos nos píncaros do sucesso, somos atirados inexoravelmente ao caos. É chagada a hora do resgate do carma. Foi o que aconteceu comigo!

Após uma festa em minha casa, quando me sentia de bem com mundo e com a vida, dormi sã e acordei paraplégica, vítima de uma virose que me meou o corpo, sem sequer alertar-me com uma subida de temperatura. Na realidade, um turbilhão de dificuldades nunca imaginadas. Uma jovem mulher reduzida a cabeça, seios e braços. O resto, morbidamente alheio ao meu comando: dormente como se não fosse meu.

Não obstante haja envidado muitos esforços para reverter o descalabro da situação, eis-me, após todos esses anos, irreversivelmente paraplégica. Com uma vida de muitas batalhas para não ser escória de uma sociedade que, geralmente, só aceita os fortes, perfeitos e vencedores.

Guimarães Rosa dizia que viver é muito perigoso. Por isso, devemos ser forjados a ferro e fogo para termos condições de nos erguer quando a dificuldade bater. Afinal, a mente estando ilesa, há motivos suficientes para dirigirmos ainda o nosso destino, mesmo através de um corpo com funções mutiladas.

Não podemos ser excluídos do sistema socioeconômico e político do País, pois, VIDA, não significa somente pernas, mas, sobretudo cabeça, mente, raciocínio, espírito e coração. O resto, dá-se um jeito.

Entretanto, tenho consciência de que o corpo físico nada mais é do que uma farda de carne que envergamos para cumprir o nosso desiderato neste planeta. Por isso a vida é uma curta viagem em que não se pode perder tempo. Até dos dissabores devemos tirar proveito.

Após a morte, fim do nosso corpo físico, gostaria que os meus órgãos fossem utilizados para fazer pulsar um coração cansado; dar luz a olhos que nunca enxergaram; audição a quem nunca pôde ouvir uma música, o zumbido das abelhas, uma declaração de amor...

Queria que até as mínimas partículas servissem de material didático aos futuros médicos. E o resto, quando nada mais tivesse serventia, deixado num lugar tranquilo, sob a terra pura, sem concreto, porque assim ainda serviria de adubo para florescer um gerânio vermelho, símbolo de minha luta pela vida.

Acredito num Deus perfeito do qual somos a criação. O espírito não desce à sepultura, transcende à Casa do Pai. Daqui não levaremos nada, apenas o bem ou o mal que tenhamos praticado. Acredito que já vivemos muitas vidas e viveremos muito mais outras. Elas agem em nós feito um processo lapidador, respeitando o livre arbítrio.
Por isso, este é um mundo de provações, próprio para o resgate de erros do passado. Ninguém reencarna sem uma cruz para carregar. É o que se chama de carma, que pode ser de ordem física, moral ou financeira.

Com esse entendimento e partindo do princípio de que o PAI é JUSTO, a aceitação do carma reverte-se em escadas para subirmos cada vez mais alto. Assim, aceitar a reencarnação significou aceitar a mim mesma. Significou a dura tentativa de relacionamento pacífico com o meu corpo paralítico.

É bem sabido que vivemos num dos maiores países do mundo! O terceiro em extensão territorial. É um País rico, detentor do maior ecossistema, destacando-se em todo o cenário mundial por suas matas, flora e fauna, além das riquezas minerais, que o classifica como a décima economia do planeta.

É um País sem guerras, sem vulcões, sem terremotos. Entretanto situa-se entre os de terceiro mundo. Como todo país em desenvolvimento, tem os seus problemas: a educação, a segurança, a saúde, e muitos outros. Entre esses, está a situação das pessoas portadoras de deficiência física, cuja noção está ligada ao problema geral da exclusão. Vítimas de problemas congênitos, enfermidades ou causas traumatológicas, que na visão da Doutrina Espírita, nada mais é do que o resgate dos nossos erros, perfaz 10% de todo o seu contingente. Portanto, 16 milhões de pessoas deficientes permeam as terras brasileiras.

Como toda minoria, são relegadas a segundo plano, tendo em vista não existir uma consciência popular valorativa sobre os seus potenciais, como se a cabeça estivesse na disfunção de um membro locomotor ou no atrofiamento de um braço.

Ter um defeito físico, andar numa cadeira de rodas, geralmente significa ser inválido, estar cerceado do sagrado direito de sustentar-se com o fruto do próprio trabalho. É a chamada rotulagem despreziva que tanto mal nos faz.

Os órgãos estatais fecham as portas. E para qualificar-se nem se fala, pois as barreiras arquitetônicas das escolas relegam o aluno, logo no primeiro dia de aula, bem como o mobiliário das cidades e o transporte coletivo, que não são planejados para esses “imperfeitos seres”.

A discriminação por parte da própria família, que tem por tradição esconder os seus deficientes, é a mais crucial, numa amostra, sem dúvida, de desumanidade. É o retrato de um País que não encara os seus problemas, não sabe transformá-los.
A sociedade não sabe conviver com essas pessoas. Ainda não conseguiu entender que o maior potencial humano é a mente e, se essa está ilesa, a vida é possível e o trabalho é digno dentro da capacitação.

Além de tudo, não conseguiu entender a participação no resgate do carma, evidenciando-se a lei do retorno. As pessoas que nos cercam são necessárias e estiveram conosco noutras paragens, aliviando seus débitos por meio do trabalho interativo às amarras de nossas deficiências. Por vezes, de acordo com a qualidade de aceitação, serão mais privilegiadas do que nós, no plano espiritual.

A informação e o espírito de solidariedade ainda são muito pequenos entre nós. Nunca paramos para pensar como é o dia-a-dia de uma pessoa que tem por pernas quatro rodas de uma cadeira. Estamos sempre ocupados com os nossos próprios problemas, esquecendo-nos de que as fatalidades não avisam nem escolhem status.

Quando deparamos com alguém de muletas ou cadeira de rodas, a idéia é de que está aposentado ou aposentando, embora sirvam as pernas, apenas, para cumprir a simples missão de andar. Se a pessoa for do sexo feminino, principalmente, presume-se logo que jamais encontrará companheiro. Se a sequela for recente, fatalmente será abandonada por ele. É como se, de repente, o ser humano se transformasse num objeto sem valor.

É raro vermos uma pessoa deficiente física ocupando um cargo público de comando. Se a fatalidade ocorre durante o exercício dele, a aposentadoria é compulsória, sem nenhuma chance de readaptação dentro do órgão. Sequer pensa-se numa transferência para outro cargo mais compatível com a limitação física adquirida. Simplesmente, descarta-se. Afinal, estamos na era dos descartáveis. É um marco da personalidade brasileira e do machismo arraigado de governantes desinformados que não sabem buscar, transformar, aproveitar, mesmo tanto tempo depois da teoria de Lavoisier: “...nada se perde, tudo se transforma”. Quando uma parte do corpo se fragiliza, as outras se encarregam do trabalho, provando que não há problema sem solução.

A mídia é a grande responsável por essa imagem tão negativa do deficiente físico. Fulcrada em desinformações, as novelas banem até a sua sexualidade, forçando-o, mesmo, a tornar-se um cadáver vivo. Estar deficiente fisicamente, não significa estar assexuado. Sempre há uma saída, tendo em vista a lei da compensação e a perfeição da natureza.

É costume, também, mostrar a penúria, a fatalidade, a invalidez do incapacitado físico, e nunca o seu trabalho digno, a sua competência, o seu esforço para vencer barreiras. Vê-se sempre o invólucro, e nunca o conteúdo. É pena que não entenda que do mínimo indispensável é possível construir uma obra de arte. “O essencial é mesmo invisível aos olhos. É preciso buscar com o coração”.

Apesar de não sermos detentores dos nossos movimentos físicos, não precisamos da caridade pública e não devemos ser excluídos do direito de participar da vida do País. Precisamos ser reconhecidos como força de trabalho, com o direito de competirmos e mostrar que somos capazes, quebrando tabus, preconceitos e discriminações.

O trabalho é uma verdadeira terapia ocupacional que nos devolve o sentimento de utilidade. É a oportunidade merecida para provarmos que poderemos ser, não apenas força produtiva, mas, força transformadora, aumentando a esperança num País justo e progressista, diminuindo-lhe os problemas sociais, além de servirmos de motivação e incentivo aos muitos paralíticos andantes, que se alicerçam numa ociosidade crônica para nada fazerem ou mal fazerem.

Ouso dizer que não se deve dar ao homem o que ele pode conseguir com fruto do seu trabalho, sob pena de roubar-lhe a dignidade.

A Constituição Federal de 1988, reconheceu direitos à pessoa deficiente, abrindo-lhe mercado de trabalho. Agora chegou a hora de provar a que viemos. Chegou a hora de mostrarmos à sociedade que o mais perfeito caminhar executa-se com mente, além do famoso “querer é poder”. Chegou a hora de darmos o exemplo.

“Se a gente não pensar que quer sempre mais, fatalmente terá sempre menos. O homem só fracassa quando desiste de tentar. Todos os dias me levanto para vencer” — disse Aristóteles Onassis.

É bom que nos engajemos em associações classistas para conseguirmos prática de vida, mercado de trabalho e qualificação para tal. É lá que encontramos pessoas iguais, com as mesmas amarras físicas, mas com grande desejo de conquista, pois poderemos ser vítimas do destino, não da indiferença.

Não obstante os muitos cerceamentos que sofremos na pele, impostos pela deficiência, temos que rebatê-los com uma só ação: CORAGEM! Coragem de ir à luta e vencer, deixando sempre à amostra a competência, o preparo técnico científico peculiar ao desempenho da função que conquistarmos, nunca nos escudando sob o pretexto da deficiência para auferirmos vantagens ou buscar protecionismo. Não há discriminação que resista à competência.

Agora, resta-nos exigir o cumprimento das leis na satisfação dos direitos. Necessário se faz um trabalho conscientizador a partir do próprio deficiente, da sua família (que deve se engajar) até a sociedade e governantes, tão desinformados sobre os potenciais humanos. É preciso que a sociedade troque os sentimentos de paternalismo, compaixão ou desprezo por outros valorativos, respeitosos e reconhecedores, devolvendo ao deficiente físico a cidadania, o direito de participar dessa caminhada que chamamos de VIDA.

E foi por tudo isso que resolvi escrever PÁSSARO SEM ASAS. Um livro autobiográfico, corajoso, em que me desnudo, viro-me do avesso e conto ao leitor toda a minha trajetória depois dessa nova condição de rodante: avanços, derrotas, conquistas, aprendizados, até as verdades mais recônditas e inconfessáveis. Não, como uma história que haja acontecido no estrangeiro, mas um fato verdadeiro, acontecido aqui mesmo, entre nós, cuja protagonista não foi feliz para sempre, como nos contos de fadas, faz-se feliz, viva e atuante.

Paraplegia não é problema apenas de quem a tem, mas um problema de contexto, pelo menos familiar, já que em nível de Estado, há muito a desejar.
A família deve vestir a camisa, inserir-se no esquema e, dentro da responsabilidade/amor, propiciar ao deficiente espaço arquitetônico viável e adaptações domésticas para que ele descubra seu novo mundo ou sua nova liberdade.
Esse amor de que falo, não deve ser entendido como excesso de paternalismo que tanto mal nos faz, impedindo-nos de alçar vôos às conquistas, mas, sobretudo, deve ser o amor/respeito que não nos destitui da condição de ser humano atuante e não nos rotula de inválidos, pois a verdadeira invalidez está na mente de quem não tem e não sabe transmitir otimismo e coragem.

Nós, deficientes, não devemos permitir que os sentimentos de compaixão ou repulsa releguem-nos à inutilidade, conduzindo-nos à inércia. Com tenacidade mostraremos o valor do nosso trabalho e as discriminações só persistirão se nós as aceitarmos, fazendo-nos de vítimas da vida, apresentando indolência, insegurança, subserviência, buscando protecionismo sob o álibi da deficiência física.

Precisamos lutar pelo reconhecimento da igualdade jurídica e pelo direito ao trabalho, máxima maior estampada na Declaração Universal dos Direitos Humanos. Lutar, igualmente, pela acessibilidade ambiental, urbanística, requisito básico para que o deficiente viva com dignidade.

O código de edificações urbanas deveria rever esse assunto. As calçadas e os meios-fios sem rebaixamentos. Transportes coletivos, sem as mínimas condições para a abordagem de um paraplégico.

Bom seria se houvesse leis que obrigassem a feitura e execução de projeto universal, com integração de acessibilidade a todos. É o que se chama “projetar acessível”. Afinal, formamos uma sociedade heterogênea. Onde estão os nossos velhos, as nossas crianças, os nossos deficientes? Que diferença dos países de primeiro mundo!

É dever do Estado cuidar da habilitação e reabilitação do deficiente físico, integrando-o no mercado de trabalho, além de preocupar-se com o atendimento especializado nas áreas da educação e da formação profissional, pois, muitas vezes, para o deficiente, o trabalho pode ter fins terapêuticos, melhorando sensivelmente sua saúde física e mental, aumentando-lhe a auto-estima, respeitando assim a sua dignidade de pessoa humana, como um dos fundamentos da nossa Carta Magna.
Por isso, é preciso correr atrás do estado de felicidade. Ocupar a mente, trabalhar, doar-se, é a melhor receita.

Com esse entendimento e alicerçada no incentivo da família, que me ama e não castra as oportunidades, mesmo ao arrepio de toda a deficiência física, preparei-me e classifiquei-me muito bem para o cargo de Delegado de Polícia de Goiás, e o exerci com presteza, durante 13 anos, ocasião em que, também por concurso público, ingressei no Judiciário Federal, atuando, hoje, no Tribunal Regional do Trabalho do meu Estado.

Quero dizer que os problemas só existem se nós os registramos como tais. Quando a gente se aceita como é, tudo fica normal e simples. As dificuldades são creditadas como mérito nosso.

Aliás, as maiores limitações são as que criamos em termos de afirmações psíquicas. Quantas vezes damos contornos catastróficos a problemas tão pequenos e tão fáceis de serem resolvidos.

Quando temos alguma iniciação da Doutrina Espírita, com certeza, conseguiremos ver os problemas de outra forma. Às vezes, tornam-se um privilégio. Se eu não fosse paraplégica não estaria aqui passando este testemunho de vida. Não teria escrito Pássaro sem asas, que alcança um próximo um pouquinho mais longe. E por isso, pesa-me também responsabilidade.

Sinto-me, conotativamente falando, como um bovino que leva a marca do seu dono, por meio de ferro quente. Pertenço a alguém. Isso não é ótimo? E estou a resgatar alguma coisa que realmente fiz. Tive essa oportunidade. Estou numa redoma.

Hoje, sinto-me adaptada à vida! Sei que ela se adaptou a mim também. Entretanto, já entendo que a minha cadeira de rodas é uma dádiva. Devoto-lhe gratidão. É por meio dela que ando, lido, participo da vida lá fora e nivelo-me aos demais.

É, também, por meio dela que me permito lapidar o meu espírito rebelde, tentando fazer algum bem, passar algum alento de experiência, de trabalho, de coragem às pessoas com quem mantenho algum diálogo ou que leem o meu livro. Não é para isso que estamos neste trajeto que chamamos de vida? Não poderemos partir de mãos vazias!
PÁSSARO SEM ASAS - uma história de vida ou memórias romanceadas - caracteriza-se por sua mensagem positiva, desbravadora, alicerçada no otimismo, transformando derrotas em conquistas. Para mim, é quase uma missão. E por isso não perco a oportunidade de fazer denúncias, cobranças, exigindo respeito a quem, num qualquer da vida, vê romper-se a farda de carne para dar início ao resgate do carma.

Jean Paul Sartre dizia que “o importante não é o que fizeram do homem, mas o que ele faz do que fizeram dele”. Acredito estar assimilando a sua máxima. Confiram no meu livro! Leiam-me!

Sinto-me muito cativada pela presença de todos vocês, principalmente pelo carinho de dona Antonieta, pessoinha maravilhosa que me convidou para aqui falar de PÁSSARO SEM ASAS, meu tema predileto, por levar a todos uma consciência valorativa sobre as pessoas com deficiência física, mostrando que a vida é possível e o trabalho também.

Em caráter especial, queria fazer uma homenagem aos meus quatro filhos, centelhas de amor que Deus permitiu-me nesta vida, alicerce seguro de todas as minhas conquistas; nascedouro inesgotável de forças, incentivos, que me faz caminhar, mesmo sem o uso das pernas.

Em particular, ao meu marido ALFREDO, que em nenhum momento tem-se cansado da caminhada. Combativo, determinado, não tem poupado esforços para devolver-me não duas pernas, mas uma miríade delas. Sinto-me uma CENTOPÉIA. Nossa cumplicidade tornou-nos imbatíveis e unos. A ele o carinho dos seguintes versos:

INDIVISIBILIDADE

Quando tu partires
irei contigo.
Levarei o aconchego da noite
para te fazer feliz.

Serei suave,
feito o balanço do mar,
para te amar,
amor.

Irei contigo
aonde fores.
Tuas pegadas
serão as minhas pegadas,
e eu te adorarei
em todos momentos.

Não choraremos
porque as lágrimas secaram
com o sol da manhã,
fazendo-nos fortes
a qualquer embate.

Irei contigo
até o infinito,
onde tudo é perfeito,
sem dor,
sem mutilação,
sem horror.

Irei contigo,
amor,
porque faço parte de ti.
Tu és tudo
que sempre cultivei em mim.

Assim,
seremos indivisíveis,
unos e eternos.

Obrigada!
Genaura Tormin

4 comentários:

  1. ...Às vezes uma intensa alucinação
    Em que viajas pelo meu eu
    Às vezes o mundo fica em espera
    Da união do mar com o céu

    Onde param os teus anseios
    Onde encontras a sublime calma
    Nestes dias de dura tormenta
    Onde aqueces a tua alma?

    Voa comigo...


    Mágico beijo

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  2. Deficiências

    Tenho por certo que somos partes biunivocamente inseridas no universo, juntamente com seus milhões de estrelas, sistemas planetários, sóis e luas, num espetáculo de equilíbrio e beleza gigantesco e, quando me pergunto o que estamos fazendo neste planetinha lindo, não encontro resposta outra, senão a que o óvulo humano quando fecundado forma o corpo físico do ser, qua ao nascer, vivo ou morto, já é um eterno vencedor, que busca no remédio vida, o seu maior componente de cura chamado amor.

    Não o amor nivelado, genérico, criado em folhetins, mas o amor expresso na frase: "Faça aos outros o que gostaria que lhe fizessem", que se vivenciado faz com que o ser humano encontre então o humano do ser, dispensando todos os Códigos de Direito, do mundo.

    Nasce pois cada ser humano fadado a corrigir os efeitos universais que suas expressões de vida provocam ou provocaram, de maneira irradiada, quer sejam por efeitos morais, físicos, espirituais, sociais ou psíquicos, entre outros.

    É exatamente por isso que entendo que a vida corporal terrena é mesmo o grande remédio para que o ser humano, encontrando o humano do ser, ao fazer ao outro o que gostaria que lhe fizessem, encontre o princípio evolutivo, para o que veio aqui buscar e aprender.

    Seu texto, uma vez mais, de forma real, poética e clara, traz, em seu bojo, além da informação a possibilidade de reflexão que acaba por nos levar ao princípio da ação e reação que nos movimenta entre o universo e esta estação terrena.

    Parabéns sempre, por cada segundo de sua vida, que acaba se traduzindo em mensagens e textos, que representam sinais expressos, de reflexão e aprendizado para as trilhas do caminho "escolhido" por cada um.

    Beijos

    Márcia Vilarinho
    04-10-2009

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  3. Lindo poema..adorei!!!!
    (Indivisibilidade)

    Lindo blog...linda musica...

    Parabéns!!!!

    Fique bem!!!!!!!!

    Bj

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  4. Olá, muito bom os seus comentarios. Sou paraplegica e moro em Rondonia, admiro pessoas como vc. Noeme

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LEVE, LIVRE & SOLTA!


Sejam bem vindos!
Vocês alegram a minh'alma e meu coração.

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Era uma luz no fim do túnel e eu não podia perder.
Era a oportunidade que me batia à porta.
Seria uma Delegada de Polícia, mesmo paraplégica!
Registrei a idéia e parti para o confronto.
Talvez o mais ousado de toda a minha vida.
Era tudo ou NADA!
(Genaura Tormin)



"Sou como a Rocha nua e crua, onde o navio bate e recua na amplidão do espaço a ermo.
Posso cair. Caio!
Mas caio de pé por cima dos meus escombros".
Embora não haja a força motora para manter-me fisicamente ereta, alicerço-me nas asas da CORAGEM, do OTIMISMO e da FÉ.

(Genaura Tormin)