PLANTIO
domingo, 11 de outubro de 2009
INQUÉRITO POLICIAL EM VERSOS
INQUÉRITO POLICIAL EM VERSOS
(Genaura Tormin)
Lembrança bateu! Lembrei-me do meu tempo de Delegada. Segura, trabalhadora, danada, afoita... mas poeta. Por vezes, quebrava as asperezas do cotidiano, relatando inquéritos em versos. Pelo menos um sorriso, com certeza, era conseguido nas faces do Magistrado. E eu ia levando a vida, ou a vida me levando... A cadeira de rodas nunca foi obstáculo. Poetado, tudo fica melhor. Vejam!
ESTADO DE GOIÁS
SECRETARIA DE ESTADO DA SEGURANÇA PÙBLICA
DELEGACIA DE CRIMES DE ACIDENTES DE TRÂNSITO
R E L A T Ó R I O
Autos nº : 0050/00 – 5ª Auditoria
Envolvidos : Luiz das Quantas de Tancredo (Condutor do Chevette – indiciado) e
Maria dos Anzóis Ferreira (Pedestre – vítima de lesões corporais)
Artigo : 129, § 6º do Código Penal Brasileiro
Meritíssimo Juiz:
Versam os presentes autos
De Inquérito Policial
Sobre um acidente de trânsito
Que não foi nada legal
No estacionamento ocorrido
De um shopping da Capital
Shopping Center Flamboyant
Ali no Jardim Goiás
Em 03 do 05 de tal ano
Foi palco para um rapaz
Que estava embriagado
Dirigir sem ser capaz
Luiz das Quantas Tancredo
Como indiciado figura
E Maria dos Anzóis Ferreira
Vítima de grande fratura
E danos em três veículos
Para correção futura
O carro era um chevette
De cor prata sim senhor
Do seu colega Manuel
Que em Luiz confiou
E à direção do veículo
Quase um pedestre matou
Os autos tiveram início
Pela Prisão em Flagrante
Lavrada pelo Distrito
Do rapaz mirabolante
Que perturbou os demais
E ainda foi arrogante
Acelerou o chevette
Nos autos qualificado
Atropelando a Maria
Que a morte deixou de lado
Sofrendo fratura exposta
Como bem confirma o Laudo
Disseram as testemunhas
Esse chevette é danado
Estava meio biruta
Mas foi também amassado
Bateu em outros três carros
Que estavam estacionados
Passou por cima de árvore
Virou a frente para trás
Quis dar “cavalo-de-pau
Fazendo estrago demais
Pondo em risco os transeuntes
Num local que era de paz
Perante a autoridade
Referiu não se lembrar
Dos impropérios que disse
Pra não se deixar domar
Desacatando a PM
Que teve de o algemar
Assim MM. Juiz
Foi o Flagrante lavrado
Pelo Dr. Clarimundo
Colega capacitado
Que arbitrou a fiança
Em moeda do mercado
Da sua vida pregressa
Estado civil – solteiro
Batizado e vacinado
Nesse torrão brasileiro
2º grau na escola
Que dá pra ganhar dinheiro
Mora com os pais adotivos
Socorre a mãe verdadeira
Mas quando toma cerveja
Parece fazer besteira
Foge-lhe a sanidade
Perde mesmo a estribeira
Nesta Especializada
Ouvido em declarações
Afirmou com humildade
Não ter habilitação
Para dirigir veículos
No meio da multidão
Complementando os feitos
Foi ele boletimado
Juntada a identidade
Pois não é habilitado
E o documento do carro
Lá no DETRAN-GO hospedado
Foi feita a liberação
Do veículo apreendido
Porém o Sr. Luiz
Foi bastante advertido
“de que bebida enlouquece
Tornando o homem perdido”
Ainda para instruir
Segue aqui apensado
O laudo pericial
Com tudo bem anotado
A alta velocidade do carro
Em plena manhã de sábado
Assim MM. Juiz
Termino a minha missão
E com um grande respeito
Faço-lhe a conclusão
Por intermédio de minha escrivã
Que me tem dedicação
DELEGACIA DE CRIMES DE ACIDENTES DE TRÃNSITO, em Goiânia, aos tantos dias do mês fulano de mil novecentos e bolinhas.
Belª. Genaura Maria da Costa Tormin
Delegada de Polícia de 1ª Classe
Genaura Tormin
Publicado no Recanto das Letras em 14/11/2007
Código do texto: T737365
Assinar:
Postar comentários (Atom)
LEVE, LIVRE & SOLTA!
Sejam bem vindos!
Vocês alegram a minh'alma e meu coração.
Era uma luz no fim do túnel e eu não podia perder.
Era a oportunidade que me batia à porta.
Seria uma Delegada de Polícia, mesmo paraplégica!
Registrei a idéia e parti para o confronto.
Talvez o mais ousado de toda a minha vida.
Era tudo ou NADA!
(Genaura Tormin)
"Sou como a Rocha nua e crua, onde o navio bate e recua na amplidão do espaço a ermo.
Posso cair. Caio!
Mas caio de pé por cima dos meus escombros".
Embora não haja a força motora para manter-me fisicamente ereta, alicerço-me nas asas da CORAGEM, do OTIMISMO e da FÉ.
(Genaura Tormin)
Posso cair. Caio!
Mas caio de pé por cima dos meus escombros".
Embora não haja a força motora para manter-me fisicamente ereta, alicerço-me nas asas da CORAGEM, do OTIMISMO e da FÉ.
(Genaura Tormin)
Gê, Amada...
ResponderExcluirSaudades de estar aqui, neste
cantinho tão cheio de ti...
Sentir teus caminhos, sonhos
e vida... Menina coragem, Amiga
do meu Coração!!!
Dia Feliz pra ti e os teus, Amada!!!
Abração carinhoso e o meu beijo
neste teu terno coração!!!
Iza