PAR DE TÊNIS
(Genaura Tormin)
É um par de tênis velho,
Surrado,
Desbotado,
Que tenho guardado.
Aguça-me a memória,
E eu volto ao passado.
Seu solado gasto,
E a forma encarquilhada,
Relembram-me as batalhas.
Era o coadjuvante,
O suporte da minha teia,
Na disciplina da vida,
No ir-e-vir lépido e faceiro...
Era o enfeite preferido
Dos meus pés andejos,
Que bailavam em
Passos apressados, lentos,
Jocosos, manhosos...
Quantas divisas,
Quantas conquistas!
Hoje,
Meu par de tênis,
Quieto no armário,
Ainda me espreita de soslaio,
Contando a minha história,
Reclusa no relicário,
Deste peito que ainda chora.
Minha querida amiga,
ResponderExcluirAdorei este poema tão doce e, ao mesmo tempo, tão triste. Reflete tua luta, teus sonhos desfeitos, tua vida marcada pela tragédia física que te atingiu. Digo física, porque tua alma, teu coração e tudo de bom que tu tinhas ainda continua inteiro. A matéria pode partir-se ou danificar-se, porém o espírito continua inteiro e belo como sempre foi. E o teu espírito, especialmente, é maravilhoso. Tens amor, carinho, ternura e compaixão pelos outros. Isto é o mais importante, quando sabemos que, o que conta para Deus, não é o que temos de material ou o que acumulamos aqui nesta jornada e, sim, o que conquistamos com nossa bondade e amor para conosco e para com nossos irmãos.
Te amo amiga, e estou com muitas saudades.
Agradeço o comentário em minha postagem, o que me deixou muito feliz.
Um grande beijo em teu coração.
Maria Paraguassu.