
POEMA TRISTE
(Genaura Tormin)
Quero fazer um poema triste.
Que não fale de amor,
Nem de festa,
Nem de flores.
Quero falar de mim.
Desta solidão,
Jeito único,
De postura estática,
Interminável,
Irreversível.
Deste calafrio
De ossos em desuso.
Quero falar
Deste sufoco no peito,
Sorriso sem jeito,
Impotência que cerceia,
Feito peias
Ou sereias.
Amarras
Que escravizam,
Matam
Ou sublimam,
Fazendo incursões ao infinito,
Aperfeiçoando este meu espírito
Para bailar
Noutras fantasias.
Minha querida poetisa que fala tão clareamente de seus sentimentos, do inconformismo da alma, que solidária ao corpo, ainda que voe, precisa de limites. Não minha querida seus ossos não estão em desuso porque têm por missão maior na terra, ser muito especial morada.
ResponderExcluirSe usamos um sapato diferente é porque a estrada por onde precisamos passar tem que estar lisa e reta e, para tanto, precisamos, antes retirar os pedregulhos.
A solidão a que você se refere é a mesma que tenta me amarrar e eu a olho bem de frente e digo, nem você solidão consegue ser sozinha, pois se a tristeza ou o desalento não vierem lhe fazer companhia, você corre o risco de se tornar alegria.
E assim, passo ao largo, e vou sorrindo, porque a vida é feita de cores, de flores, de pássaros, de pessoas, de entusiamo, curiosidade, aprendizado, amor, sublimações, buscas, realizações e tantos outros itens preciosos, imbatíveis justamente pela força do universo em harmonia, que revela a cada pulsar do dia, da noite ou da eternidade a "eterna idade" de sonhar.
Pra você hoje lhe envio um enorme arco-iris.
Beijos
Márcia Vilarinho
07-10-2009