PLANTIO

PLANTIO
PLANTIO
(Genaura Tormin)

Deus,
Senhor dos mares e montes,
Das flores e fontes.
Senhor da vida!
Senhor dos meus versos,
Do meu canto.

A Ti agradeço
A força para a jornada,
A emoção da semeadura,
A alegria da colheita.

Ao celeiro,
Recolho os frutos.
Renovo a fé no trabalho justo,
Na divisão do pão,
. E do amor fraterno.

domingo, 17 de junho de 2012

PALESTRA PROFERIDA NO TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL




PALESTRA PROFERIDA NO TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL-GO
(Genaura Tormin)


QUEM SOU

v  Eu sou a Genaura Tormin. Estou paraplégica há 29 anos. Tenho 66 anos de idade e somente 20 de cabeça, alicerçados pelo entusiasmo e pelo encantamento de viver. Esforço-me para ser a campeã dos meus aprendizados. O meu coração é vivo e o sorriso aflora sempre até os cantos das orelhas. Eu estou viva!! Às vezes, quando estamos nos píncaros do sucesso, somos atirados inexoravelmente ao caos. É chegada a hora de uma marcante mudança de vida. É a hora de carpir o terreno para fazê-lo melhor.

COMO REAGI

v  Consciente de que seria mesmo uma paraplégica, preparei-me e prestei concurso para o cargo de Delegado de Polícia de Goiás, e o exerci com presteza, durante 13 anos.

v  Depois também por concurso público, ingressei no Judiciário Federal, atuando, hoje, na Secretaria de Coordenação Judiciária do Tribunal Regional do Trabalho do meu Estado. O trabalho significa prazer, dignidade.


A PESSOA COM DEFICIÊNCIA TRABALHA! E BEM!



v  Sartre dizia que “o importante não é o que fizeram do homem, mas o que ele faz do que fizeram dele”. Assim, estou tentando exercitar o aprendizado.
v  Quem falou que deficiente físico não pode trabalhar? Ando de cadeira de rodas e trabalho. Conquistei até o título de “Servidor-padrão”.
v  Deficiência é uma parte natural da experiência humana.
v  Mesmo que nos empreste um visual diferente e algumas dificuldades locomotoras, a mente sã cria soluções para tudo.
v  O trabalho devolve-nos o sentimento de utilidade e supera a defasagem do caminhar.


TENTO SER IGUAL

v  Desafio! Integro-me bem aos grupos de trabalho e luto por tratamento igualitário. Forjada a ferro e fogo, tenho por lema a coragem, e jamais me subjugo às subserviências em busca de protecionismo, benesse, sob o álibi da deficiência.
v  Preocupo-me em mostrar competência, conquistando respeito pelos meus próprios méritos. Sinto-me adaptada à vida! Sei que ela se adaptou a mim também.


IMPORTÂNCIA DA FAMILIA

v  De minha catarse, sou mestra. Entendo que a cadeira de rodas é uma dádiva. Devoto-lhe gratidão.
v  Tenho uma família que me ama e não me castra as oportunidades.
v  Pelo contrário, é um nascedouro de forças, incentivos, que me fazem caminhar mesmo sem o uso das pernas.
v  E isso é de importância vital. Talvez seja o segredo de todo o sucesso que tenho conquistado.
v  A família deve vestir a camisa, e, dentro da responsabilidade-amor, propiciar à pessoa com deficiência espaço arquitetônico viável para que ela descubra o seu novo mundo ou sua nova liberdade.


ESCREVI UM LIVRO

v  Sou escritora. Escrevi PÁSSARO SEM ASAS, já em 6ª edição.
v  É um livro autobiográfico, corajoso, em que me desnudo, viro-me do avesso e conto ao leitor toda a minha trajetória depois dessa nova condição de ‘rodante’: avanços, derrotas, conquistas, aprendizados, até as verdades mais recônditas e inconfessáveis.


UM RELATO VERÍDICO

v  Relato tudo, não como uma história que haja acontecido no estrangeiro, mas um fato verdadeiro, acontecido aqui mesmo, entre nós, cuja protagonista não foi feliz para sempre como nos contos de fadas, mas faz-se feliz, viva e atuante.
v  Mais dois livros: APENAS UMA FLOR e NESGAS DE SAUDADE, também foram editados. Neles, enveredo pelos veios da poesia para acalentar instantes, colorir a vida, fabricar fantasias e sentir-me inteira outra vez.


OTIMISMO

v  A gente não pode viver de passados. A ordem é reinventar a vida, fazer consertos, aplicar remendos e seguir em frente. É ser otimista! Ver tudo pelo lado positivo.
v  Hoje é o momento de agir, de semear! O tempo se esvai como num passo de mágica! É preciso aprender apenas a ser contente. Isso é o começo!


CORAGEM

v  Em paraplegia, adaptar-se é irreversível.
v  Caso contrário, corre-se o risco de sofrer muito.
v  Carrega-se o peso das dificuldades ou o do cadáver.
v  Não podemos viver de passado. Isso nada vai resolver. Devemos valorizar o que ainda podemos fazer. Isso chama-se: CONQUISTA!


E A VIDA CONTINUA !

v  Ainda sou perseguidora de sonhos. As portas me fascinam.
v  A vida ainda acontece inteira no meu coração. Acredito no amanhecer, no poder recomeçar a cada dia.
v  Continuo uma inesgotável fonte de encantamento pelos amores, pelo belo, pela arte de fazer versos.
v  Tudo é uma questão de disposição mental.
v  Somos o que pensamos! Avante é a palavra de ordem.

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Sejam bem vindos!
Vocês alegram a minh'alma e meu coração.

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Era uma luz no fim do túnel e eu não podia perder.
Era a oportunidade que me batia à porta.
Seria uma Delegada de Polícia, mesmo paraplégica!
Registrei a idéia e parti para o confronto.
Talvez o mais ousado de toda a minha vida.
Era tudo ou NADA!
(Genaura Tormin)



"Sou como a Rocha nua e crua, onde o navio bate e recua na amplidão do espaço a ermo.
Posso cair. Caio!
Mas caio de pé por cima dos meus escombros".
Embora não haja a força motora para manter-me fisicamente ereta, alicerço-me nas asas da CORAGEM, do OTIMISMO e da FÉ.

(Genaura Tormin)