MINHAS MÃOS
(Genaura Tormin)
Irmãs gêmeas,
Auxiliares silenciosas, prestativas.
São afoitas, corajosas, guerreiras!
Acenam, dividem, compreendem, agridem!
Enxugam lágrimas atrevidas.
Guardam os meus segredos,
Disfarçam minhas tristezas.
Eruditas, defendem teses, folheiam leis, dão ordens...
Gosto-as sensuais na persuasão do amor.
Quanto afago, quanto carinho, fazem elas!
Estendidas, humildes, pedem perdão.
Sensíveis, entregam-se a devaneios,
À conquista do futuro e às lembranças do passado.
Escrevem poemas, debulham-se em rimas.
Alegres, ficam faceiras, buliçosas, arteiras,
Parecem dançar.
Mãos!
As minhas mãos!
Feito uma oração,
Ajudam às minhas pernas,
Transferindo-as, tão ternas,
Para o carro, para a cadeira...
E até ao me deitar,
Lá estão elas dispostas a me ajudar.
Mãos,
Dois anjos trabalhadores!
Cuidam da minha aparência:
A vestimenta, os acessórios...
O cabelo em cachos, o rosto maquiado,
Batom vermelho, olhar travesso,
O perfume "coco chanel", e até o anel,
Foram serviços das minhas Mãos!
Duas incansáveis trabalhadoras!
Cúmplices do meu viver!
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