PLANTIO

PLANTIO
PLANTIO
(Genaura Tormin)

Deus,
Senhor dos mares e montes,
Das flores e fontes.
Senhor da vida!
Senhor dos meus versos,
Do meu canto.

A Ti agradeço
A força para a jornada,
A emoção da semeadura,
A alegria da colheita.

Ao celeiro,
Recolho os frutos.
Renovo a fé no trabalho justo,
Na divisão do pão,
. E do amor fraterno.

sexta-feira, 3 de abril de 2009

DIFICULDADE VIRA PROBLEMA QUANDO SE REGISTRA COMO TAL


DIFICULDADE VIRA PROBLEMA QUANDO SE REGISTRA COMO TAL
(Genaura Tormin)

“Não se deve dar ao homem o que ele pode conseguir com o fruto do seu trabalho, sob pena de roubar-lhe a dignidade”.

Não sei em que li tão bela frase, mas o seu significado
impregnou-se em mim. Bom seria se fosse entendida e executada por boa parte da sociedade, principalmente aquela que detém o poder, dá as ordens,põe as cartas.
Assim, abrir-se-iam várias frentes de trabalho específicas
para a pessoa com deficiência, qualificando-a para tal.

Por outro lado, é preciso que sejamos ousados, destemidos, corajosos,
para reconhecer os nossos potenciais e igualar-nos competitivamente
no mercado detrabalho, de acordo com a nossa capacitação, ao invés
de nos escudar sob a deficiência, arrancando sentimentos de compaixão e
aumentando os problemas sociais, além de conferir a nós mesmos
um estado de subserviência, dependência ehumilhação.

Lembro-me de uma ocorrência policial, cuja reclamação era de que um homempassava o dia inteiro na porta de um bar, jogando cartas, bebendo e mexendo coma s mulheres que por lá passavam. Intimado, admoestado e concitado a arranjar um emprego, o homem, para mostrar a sua deficiência, cruzava insistentemente as pernas, deixando à vista uma delas que era complementada por um pedaço de madeira.

Como me mostrasse indiferente à sua exibição, ele usou da palavra
sem perceber que eu ocupava uma cadeira de rodas, atrás da mesa.

— A senhora não vê que sou inválido, como posso trabalhar?

Dei uma derivada na cadeira e mostrei-me por inteira,
acentuando as advertências.

— Por que sua deficiência física não o impede de fazer arruaças,
dirigir palavras obscenas aos que passam para o trabalho?
Aqui, ela não será fator impeditivo para que o senhor seja preso.
Dou-lhe um mês para arranjar emprego.

Doravante estará vigiado por nossos policiais. Se persistir fazendo arruaças, não se engane, mandarei prendê-lo! Sua deficiência é insignificante para tanta ociosidade!

O homem nada mais disse. Dias depois, lá retornou espontaneamente,
acompanhado de um senhor, dono de uma frutaria, que o havia empregado.

É uma questão de cultura popular. O próprio deficiente, por vezes, acha-se incapaz. Acomoda-se, esquivando-se de lutar pelo seu espaço, pela sua independência,
com medo de ser rejeitado.

A mídia também tem culpa nisso, pois se preocupa em mostrar quase sempre o coitadismo, a invalidez, a miséria, a lamúria, e nunca a superação de problemas.

Como formadora de opiniões, deveria investir no ser humano,
despertando sua capacidade, incentivando-o à luta, valorizando o
trabalho executado com os órgãos e membros que restaram ilesos
ou mesmo deficientes.

Talvez não saiba da função tutelar do Estado, faltando aí, também, um pouco de sensibilidade.

Um comentário:

  1. Trechos de vida pelo teu coração
    percorrido... E relê-los só nos
    eleva o espírito, pois o teu
    olhar, sábio sempre, nos aponta
    o rumo certo, Linda Gê!!!
    Amocê, viu!!!
    Beijo todo carinho pra ti,
    No coração!!!
    Iza

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Sejam bem vindos!
Vocês alegram a minh'alma e meu coração.

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Era uma luz no fim do túnel e eu não podia perder.
Era a oportunidade que me batia à porta.
Seria uma Delegada de Polícia, mesmo paraplégica!
Registrei a idéia e parti para o confronto.
Talvez o mais ousado de toda a minha vida.
Era tudo ou NADA!
(Genaura Tormin)



"Sou como a Rocha nua e crua, onde o navio bate e recua na amplidão do espaço a ermo.
Posso cair. Caio!
Mas caio de pé por cima dos meus escombros".
Embora não haja a força motora para manter-me fisicamente ereta, alicerço-me nas asas da CORAGEM, do OTIMISMO e da FÉ.

(Genaura Tormin)