UM TORNADO PASSOU AQUI
(Genaura Tormin)
Um tornado passou, de novo, na minha casa!
Estou agora tentando fabricar portões, pois minha resiliência não mais se mostra altaneira.
Parece que a coragem ficou esquecida em tantas outras curvas do meu caminho.
Falta uma parte de mim. Justamente aquela que me impulsionava ao desafio, fazia-me corajosa, afoita...
Aquela a quem eu entregava os trofeus após as muitas batalhas.
Aquela que me acalentava nos medos e incentivava esse meu jeito indomável de querer ser guerreira. - O meu marido.
Quantos anos estávamos na estrada!
Com ele, eu sabia que podia seguir, enfrentar, ousar, pois tinha sempre o suporte de prontidão na retaguarda.
Tinha o samaritano na estrada para a ajuda certeira nas tantas quedas que levei.
Agora é difícil levantar-me sozinha.
Preciso de um colo, de um ombro para chorar.
Preciso de um cajado para me guiar.
Pensar que ele se foi para não mais voltar dói demais, torna-me órfã nesse vagar do tempo.
Agora sigo só.
Miro o horizonte e o vejo tão distante.
Fico a imaginar o Cosmos para aonde ele partiu sozinho, tão cedinho, às primeiras luzes da manhã.
É a conduta de um bom trabalhador que se apresenta na primeira hora.
Sem questionamentos, sem queixas, eu agradeço,
mas exponho meu coração dilacerado pela saudade
que não me deixa, fazendo-me prisioneira, indefesa e triste.
Não há conserto para tanto desmantelo!
Não há remédio para essa minha dor.
Espero no tempo que a tudo responde.
Hasta luego!
Nenhum comentário:
Postar um comentário
O seu comentário significa carinho e aprovação. Fico cativada e agradeço. Volte sempre! Genaura Tormin