LUTO
(Genaura Tormin)
Ainda não consigo falar.
Meu coração está de luto!
A voz arqueja em prantos
E o grito se faz prisioneiro.
A manhã engoliu o gosto do viver
E eu sofro esse fórceps brutal
Que me fere e mata.
Foram-se os devaneios,
A lira, a fantasia,
Os versos e a canção.
Luto é o que resta.
Morto está o meu CORAÇÃO!
Órfã estou!
Nada mais posso fazer!
Partiu para o infinito
A metade do meu ser,
O pai dos meus filhos,
O meu marido,
O cúmplice de tantas jornadas,
De tantas batalhas,
De tantos afetos, de tanta alegria!
Faltam-me forças.
O fardo é pesado,
O jugo oprime,
A saudade me abraça forte.
Preciso de um colo,
De um ombro...
Mesmo assim
Eu sigo firme na certeza
Do reencontro.
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