UMA
SESSÃO EXTRAORDINÁRIA INUSITADA
(Genaura
Tormin)
Cuidar da família é uma sublime carreira, pois, o investimento maior é dedicado aos filhos, missão nossa, cabendo-nos a responsabilidade de endereçá-los à trilha do bem.
E isso se faz com presença, diálogo, carinho, orientação e exemplo. Por isso o casal pode se separar, os pais, nunca! É preciso saber fazer a diferença. É preciso preocupar-se com o desenvolvimento seguro dos filhos, pois serão eles os homens do amanhã. Dizem que quando vivemos na unidade, nossa morada torna-se um paraíso.
Basta pensar no grande número de crianças abandonadas, com pais vivos e ricos, que têm por amigos o aparelho de televisão, iPad, iPhone, videogame, redes sociais, internet, com seus benefícios e malefícios, sempre ditados pela solidão e revoltas da idade.
São os filhos dos pais “sem tempo” que, irremediavelmente, atribuem importância maior aos cifrões dos seus negócios, respondendo sempre: “Não posso agora, estou atrasado, é hora do jornal, do noticiário, da bolsa de valores etc.” Tentam materializar carinho e compensar a ausência com exageradas permissividades e presentes caros.
Ao exacerbar em oferecimentos materiais, os pais estão barateando a capacidade de luta dos filhos, diminuindo a busca e o desejo de conquista, o que os tornam frágeis. Como estão errados esses pais!
Quase sempre, esses menores, com todos os desejos materiais satisfeitos e as emoções diminuídas, e estando ainda verdes para o autoequilíbrio, o discernimento responsável, começam a perder a estima de si mesmos, tornando-se inseguros, tristes, rebeldes, enveredando facilmente pelo mundo das drogas à procura de carinho, de emoções maiores, iniciando o caos, que deixa marcas profundas, cicatrizes eternas.
O que adianta vencer profissionalmente, mas perder a família a qual é mais do que parte de nós? É missão e razão de toda a nossa luta na vida. É preciso conciliar família, trabalho, respeito e autoridade. “A melhor escola ainda é o lar, onde a criança deve receber as bases do sentimento e do caráter.” Acrescento que o maior e melhor remédio para tudo chama-se AMOR!
E esse tão lindo amor que dá sentido à vida é também uma questão de inteligência e responsabilidade. É preciso que se determinem limites e metas para a organização familiar, pois a energia também é amor.
O tempo não espera. Um belo dia você descobre que fez tudo errado. E o mais lastimável é que não há conserto. Não há dinheiro que consiga recuperar o que foi perdido.
(Este texto é parte do meu livro Pássaro Sem Asas – 6a. Edição.)
Ainda recente, num amistoso diálogo com uma colega de trabalho, ela me disse que teria que presidir a uma Sessão Extraordinária naquele dia em sua residência.
Aguçou-me a curiosidade e eu quis saber mais.
Explicou-me ela:
Temos 2 filhos: de 7 e 9 anos. É costume fazermos de vez em quando uma Sessão Extraordinária para discutirmos família, vivência, responsabilidades e falarmos de amor. Um momento de abertura e carinho só nosso.
Encantou-me o tema e ela continuou:
É, colega, é uma Sessão de verdade, nos moldes das Sessões Plenárias aqui do Tribunal. Uma mesa forrada, um livro de ata, uma jarra de suco, horário certo e os problemas a serem apresentados, que foram previamente listados por nós, os pais, e por eles. Por vezes, costumamos dizer que tal problema será posto em pauta e discutido na próxima Sessão. É um momento solene para todos.
Ali acha-se sempre a solução para todos os impasses: notas escolares, feitio de tarefas, boas maneiras, incentivos, alimentação, banho, arrumação das camas, uso e guarda de objetos e brinquedos, horários para diversão, passeios, projetos, além de conscientizá-los sobre o lugar que ocupam na família e no coração da gente, como importantes membros, credores de todo o nosso amor e razão de nossas vidas.
A seu turno, a palavra é dada a todos: papai, mamãe e os filhotes, o que é bem respeitado. Já é um hábito adquirido que muito os ajudará pela vida a fora
Há, também, uma fala sobre
Deus, como gestor de tudo, a quem devemos gratidão. Enaltecemos a solidariedade, o companheirismo, culminando em elogios em que todos nos sentimos partes, valorizados e amados.
Falamos sobre economia doméstica, futuro, explicando a razão de não podermos exacerbar em presentes... Começa a se formar aí a filosofia da vida.
Por um bom tempo tudo fica bem. Todos nós cumprimos o que foi ali tratado, respeitando a faixa etária e as lindas crianças que enfeitam a nossa vida, o nosso lar, a quem temos a responsabilidade de endereçar ao futuro que os espera.
E assim, vamos formando hábitos e construindo a base de nossa família, endereçando-a à trilha do bem e do amor.
Finalmente, eu lavro a ata, em que constam também os deveres e direitos ali debatidos.
Todos assinam e dali começamos um novo modelo de ajustamento.
Encerramos com uma prece, além de abraços e beijos.
Que maravilha é termos uma família para amar, um lar para voltar!
_ Que lindo ensinamento, registrei emocionada! Impulsionada pelas lágrimas, abracei a colega e parabenizei-a. As palavras ficaram entaladas na garganta.
A emoção tomava-me a alma e eu achei uma excelente forma de educar, construir e amar.
Uma linda e responsável família!
Imaginei a ata sendo assinada por aqueles pequenos.
A letrinha, os petitórios e a discussão de cada um...
Ah, eu amei essa conduta e pensei em multiplicá-la, trasladando o episódio num conto, o que acabo de fazer.
Obrigada, amiga querida, por me permitir aprender tanto com você!
E isso se faz com presença, diálogo, carinho, orientação e exemplo. Por isso o casal pode se separar, os pais, nunca! É preciso saber fazer a diferença. É preciso preocupar-se com o desenvolvimento seguro dos filhos, pois serão eles os homens do amanhã. Dizem que quando vivemos na unidade, nossa morada torna-se um paraíso.
Basta pensar no grande número de crianças abandonadas, com pais vivos e ricos, que têm por amigos o aparelho de televisão, iPad, iPhone, videogame, redes sociais, internet, com seus benefícios e malefícios, sempre ditados pela solidão e revoltas da idade.
São os filhos dos pais “sem tempo” que, irremediavelmente, atribuem importância maior aos cifrões dos seus negócios, respondendo sempre: “Não posso agora, estou atrasado, é hora do jornal, do noticiário, da bolsa de valores etc.” Tentam materializar carinho e compensar a ausência com exageradas permissividades e presentes caros.
Ao exacerbar em oferecimentos materiais, os pais estão barateando a capacidade de luta dos filhos, diminuindo a busca e o desejo de conquista, o que os tornam frágeis. Como estão errados esses pais!
Quase sempre, esses menores, com todos os desejos materiais satisfeitos e as emoções diminuídas, e estando ainda verdes para o autoequilíbrio, o discernimento responsável, começam a perder a estima de si mesmos, tornando-se inseguros, tristes, rebeldes, enveredando facilmente pelo mundo das drogas à procura de carinho, de emoções maiores, iniciando o caos, que deixa marcas profundas, cicatrizes eternas.
O que adianta vencer profissionalmente, mas perder a família a qual é mais do que parte de nós? É missão e razão de toda a nossa luta na vida. É preciso conciliar família, trabalho, respeito e autoridade. “A melhor escola ainda é o lar, onde a criança deve receber as bases do sentimento e do caráter.” Acrescento que o maior e melhor remédio para tudo chama-se AMOR!
E esse tão lindo amor que dá sentido à vida é também uma questão de inteligência e responsabilidade. É preciso que se determinem limites e metas para a organização familiar, pois a energia também é amor.
O tempo não espera. Um belo dia você descobre que fez tudo errado. E o mais lastimável é que não há conserto. Não há dinheiro que consiga recuperar o que foi perdido.
(Este texto é parte do meu livro Pássaro Sem Asas – 6a. Edição.)
Ainda recente, num amistoso diálogo com uma colega de trabalho, ela me disse que teria que presidir a uma Sessão Extraordinária naquele dia em sua residência.
Aguçou-me a curiosidade e eu quis saber mais.
Explicou-me ela:
Temos 2 filhos: de 7 e 9 anos. É costume fazermos de vez em quando uma Sessão Extraordinária para discutirmos família, vivência, responsabilidades e falarmos de amor. Um momento de abertura e carinho só nosso.
Encantou-me o tema e ela continuou:
É, colega, é uma Sessão de verdade, nos moldes das Sessões Plenárias aqui do Tribunal. Uma mesa forrada, um livro de ata, uma jarra de suco, horário certo e os problemas a serem apresentados, que foram previamente listados por nós, os pais, e por eles. Por vezes, costumamos dizer que tal problema será posto em pauta e discutido na próxima Sessão. É um momento solene para todos.
Ali acha-se sempre a solução para todos os impasses: notas escolares, feitio de tarefas, boas maneiras, incentivos, alimentação, banho, arrumação das camas, uso e guarda de objetos e brinquedos, horários para diversão, passeios, projetos, além de conscientizá-los sobre o lugar que ocupam na família e no coração da gente, como importantes membros, credores de todo o nosso amor e razão de nossas vidas.
A seu turno, a palavra é dada a todos: papai, mamãe e os filhotes, o que é bem respeitado. Já é um hábito adquirido que muito os ajudará pela vida a fora
Há, também, uma fala sobre
Deus, como gestor de tudo, a quem devemos gratidão. Enaltecemos a solidariedade, o companheirismo, culminando em elogios em que todos nos sentimos partes, valorizados e amados.
Falamos sobre economia doméstica, futuro, explicando a razão de não podermos exacerbar em presentes... Começa a se formar aí a filosofia da vida.
Por um bom tempo tudo fica bem. Todos nós cumprimos o que foi ali tratado, respeitando a faixa etária e as lindas crianças que enfeitam a nossa vida, o nosso lar, a quem temos a responsabilidade de endereçar ao futuro que os espera.
E assim, vamos formando hábitos e construindo a base de nossa família, endereçando-a à trilha do bem e do amor.
Finalmente, eu lavro a ata, em que constam também os deveres e direitos ali debatidos.
Todos assinam e dali começamos um novo modelo de ajustamento.
Encerramos com uma prece, além de abraços e beijos.
Que maravilha é termos uma família para amar, um lar para voltar!
_ Que lindo ensinamento, registrei emocionada! Impulsionada pelas lágrimas, abracei a colega e parabenizei-a. As palavras ficaram entaladas na garganta.
A emoção tomava-me a alma e eu achei uma excelente forma de educar, construir e amar.
Uma linda e responsável família!
Imaginei a ata sendo assinada por aqueles pequenos.
A letrinha, os petitórios e a discussão de cada um...
Ah, eu amei essa conduta e pensei em multiplicá-la, trasladando o episódio num conto, o que acabo de fazer.
Obrigada, amiga querida, por me permitir aprender tanto com você!
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