PLANTIO

PLANTIO
PLANTIO
(Genaura Tormin)

Deus,
Senhor dos mares e montes,
Das flores e fontes.
Senhor da vida!
Senhor dos meus versos,
Do meu canto.

A Ti agradeço
A força para a jornada,
A emoção da semeadura,
A alegria da colheita.

Ao celeiro,
Recolho os frutos.
Renovo a fé no trabalho justo,
Na divisão do pão,
. E do amor fraterno.

sexta-feira, 14 de março de 2014

REVISANDO PÁSSARO SEM ASAS PARA NOVA EDIÇÃO


REVISANDO PÁSSARO SEM ASAS PARA NOVA EDIÇÃO
(Genaura Tormin)

           Revisando o Pássaro Sem Asas para nova edição, choro, de vez em quando, sorrio também e chego até a dar gargalhadas.
          Tem episódios que me embargam a voz e eu sinto necessidade de dividir, contar, compartilhar...
          Mas, nada de peninha! Tenho asas e as exercito por aí!

Eis o texto:

Tudo o que fazia, com as dificuldades da primeira vez, era dolorido. Abria-me sempre a ferida. Embora não externasse, sofria por dentro. 
Meu avesso não queria confirmar a paraplegia, mas as dificuldades do “fazer” jogavam-me no rosto a dura realidade. 
Por isso queria fazer o máximo de atividades diversificadas possível para vencer logo a “prova de fogo" e tornar-me campeã de mim mesma, assumindo com dignidade a minha condição. 
Estava a construir uma couraça para resistir aos embates. 
Oxalá essa couraça se transformasse em pérola, já que a pérola é o resultado de uma ferida cicatrizada. Por vezes, o ego agradecia essa bravura.
Nessa época, um dia, estando em casa sozinha pela manhã, planejei como poderia tomar um banho. 
Despi-me na cama, passei para a cadeira de rodas, transferi-me para o vaso sanitário e em seguida passei para uma cadeira normal, semelhante às de bar. 
Com muita atenção e cuidado, tentei dar pequenos impulsos com os ombros para chegar ao box, quando a cadeira caiu para trás, lançando-me ao chão. 
Mal consegui desvencilhar-me dela, empurrando-a para frente. Não pude fazer mais nada, nem sequer me arrastar até a cama. Não conseguiria subir. 
Fiquei calma. Tinha assumido o risco. Aquela manhã estava fria, muito fria. 
Consegui alcançar a toalha de banho que se desfraldava no cabide à altura do meu braço. 
Como não tinha (e até hoje ainda não tenho) sensibilidade em mais de dois terços do corpo, protegi as partes sensíveis, ou seja, ombros, braços e cabeça, e deixei-me ficar no chão frio do banheiro. Pensei na serventia dos meus braços ilesos, e agradeci. 
Resisti à emoção que me apanhara de surpresa. 
Pena, por quê!? 
Repreendi imediatamente a estima ferida. 
Tentei dormir. 
Era o que de mais sensato poderia fazer. 
Cheguei a sonhar, quando fui acordada pelos filhos que chegavam da escola com o pai. 
Pensaram que eu estivesse morta ali no chão. 
A voz chorosa e agoniada do Fernando sobrepujava às demais. 
Graças a Deus que o choro deles foi em vão. Estava vivinha!

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Era uma luz no fim do túnel e eu não podia perder.
Era a oportunidade que me batia à porta.
Seria uma Delegada de Polícia, mesmo paraplégica!
Registrei a idéia e parti para o confronto.
Talvez o mais ousado de toda a minha vida.
Era tudo ou NADA!
(Genaura Tormin)



"Sou como a Rocha nua e crua, onde o navio bate e recua na amplidão do espaço a ermo.
Posso cair. Caio!
Mas caio de pé por cima dos meus escombros".
Embora não haja a força motora para manter-me fisicamente ereta, alicerço-me nas asas da CORAGEM, do OTIMISMO e da FÉ.

(Genaura Tormin)