Eu era Delegada de Menores de Goiânia, o que me conferia participar de congressos, projetos, simpósios e reuniões.
Uma tarefa de idealismo e amor.
Revendo e organizando guardados, encontrei uma anotação, num papel de Congresso sobre a Prevenção ao Uso de Drogas, em que grafei em versos uma ode a uma das debatedoras: Vera Lucia Arruda Gomes, à época, presidente da FEBEM.
UMA HOMENAGEM POEMADA
(Genaura Tormin)
Vera Lucia Arruda Gomes,
Da FEBEM, a presidente,
De grande calor humano,
É uma profissional valente,
Moldada para a função
Em que é muito competente.
Egressa lá do nordeste,
Onde a importância maior
É dada ao ser humano,
Respaldando o seu valor,
Integrando-lhe na missão
Que lhe dera o Criador.
Moça de altivo porte
Em um corpinho franzino,
Esculpida em qualidades
Que lhe dirigem o destino,
Com ideais inovadores
Para os nossos pequeninos.
Não quero aqui escrever
Em versos de poetisa,
O que às vezes o faço
Para ver se concretiza
O amor transcendental
Que o Cristo preconiza.
Quero, em pinceladas,
Falar de você, menina,
Do que vejo e escuto
Do seu trabalho que mina
Carinho e muito amor,
Coragem e força divina.
Oxalá, nesse Governo,
Que vem a aurora rompendo,
Não haja interrupções
Desse trabalho estupendo,
Que essa Presidente
Vem com os garotos fazendo.
No mesmo barco navego,
Trabalhando inserida
Em prol de uma causa nobre,
Que é uma luta renhida,
Para melhorar o porvir
Desta Terra tão querida.
Por isso sou testemunha
De tantos planejamentos,
Depois de consultorias,
Fulcrados em sentimentos,
Que estão sendo executados
E parando é um lamento.
Temos mesmo que investir
Nessas pequenas crianças,
Que carentes e sem família,
Ainda são a esperança
De um futuro promissor,
Que quando se quer alcança.
Fico muito preocupada
E me ponho a pensar,
Se todas as diretrizes,
Outro presidente mudar,
O trabalho em andamento
Será que irá parar?
Nessa coisa de vaidade,
Cada um tem o seu jeito,
E quer registrar sua marca
Em tudo o que for feito,
Ainda que isso custe estrago,
E a perda do que está perfeito.
Mudar para renovar
É um adágio corriqueiro.
É o que sempre acontece
Quando se muda o Governo,
Mas às vezes trunca tudo,
Até um projeto inteiro.
O que é mais doloroso,
É a perda irreparável
Pela falta de continuísmo
De um trabalho tão louvável,
Em prol da criança indefesa
Que a faria um ser notável.
Por isso, Vera, querida,
Torço para você ficar,
Pois nesse invólucro franzino,
O coração só quer amar
Cheio de sentimentos
Que até o vejo cantar.
Eu sei que a recompensa
Não será material,
Mas é tão bom nesta vida
Agarrar-se a um ideal
E o Papai lá do Céu
Também achará legal.
Manifestação oral, durante o Congresso.
O governador era Onofre Quinan.
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