PROFISSIONAL DE PORTAS
(Genaura Tormin)
Eu tinha que cantar!
Não sabia por quanto tempo.
O coração agasalhava o medo.
Tudo atirado ao caos,
Parecia matar-me a alma.
Não havia portas,
Nem janelas.
Eu as teria que fabricar,
Jogar o jogo do contente
E seguir em frente!
O lar cheio de algazarras,
Risadas e alaridos
Havia ficado triste
Em rostinhos inocentes.
Um tornado havia passado
E sem dó desarrumado
O que eu havia colecionado.
Por isso,
Eu tinha que cantar!
Pus-me no trabalho!
Juntei os cacos,
Estanquei lágrimas
E fiz-me forte aos rigores do frio.
Teria que carpir portas!
Hoje,
Abro a janela tempo
E converso com o vento,
Que me açoita os cabelos brancos.
Revejo os feitos e concluo:
Fui uma profissional de portas!
Serviço bom e bem feito.
Por isso,
Eu hoje canto e agradeço!
Tenho mais do que preciso e mereço!
(7 meses de um difícil aprendizado de mim mesma, numa postura de faz-de-conta na incrível busca pela sobrevivência)
(Genaura Tormin)
Eu tinha que cantar!
Não sabia por quanto tempo.
O coração agasalhava o medo.
Tudo atirado ao caos,
Parecia matar-me a alma.
Não havia portas,
Nem janelas.
Eu as teria que fabricar,
Jogar o jogo do contente
E seguir em frente!
O lar cheio de algazarras,
Risadas e alaridos
Havia ficado triste
Em rostinhos inocentes.
Um tornado havia passado
E sem dó desarrumado
O que eu havia colecionado.
Por isso,
Eu tinha que cantar!
Pus-me no trabalho!
Juntei os cacos,
Estanquei lágrimas
E fiz-me forte aos rigores do frio.
Teria que carpir portas!
Hoje,
Abro a janela tempo
E converso com o vento,
Que me açoita os cabelos brancos.
Revejo os feitos e concluo:
Fui uma profissional de portas!
Serviço bom e bem feito.
Por isso,
Eu hoje canto e agradeço!
Tenho mais do que preciso e mereço!
(7 meses de um difícil aprendizado de mim mesma, numa postura de faz-de-conta na incrível busca pela sobrevivência)
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