UMA CARTA QUE RECEBI
(Genaura Tormin)
“Dra. Genaura,
(...) Conhecendo um bocado de sua família maravilhosa, sempre soube que a senhora era forte, nunca me inspirou compaixão ou comiseração, mas não sabia dessa potência de seu espírito, que descobri ao ler as fluentes páginas de seu livro que é como um riacho: as estórias correm gostosas e suaves, lavando-nos a alma com águas límpidas e cristalinas.
Parabéns pela fortaleza e pela poetisa que é.
A senhora, trilhando uma vida permeada de dificuldades, fez dela um baile e dançou encantando a todos à sua volta. A perene transposição de obstáculos é um empurrão aos lânguidos, um grito aos adormecidos, uma bronca aos tíbios.
Quando descreve o senso de responsabilidade do filho caçula, que às vezes deixava de brincar para terminar os seus afazeres (“Estou varrendo a casa!”), é como se estivesse ali o Frederico-homem de hoje (“Estou estudando!”).
Livro bom! Se chorei, também sorri.
Não sei se era para sorrir, mas o fiz quando a senhora descreve a cena em que cai no banheiro, estando sozinha em casa. Pensei como essa mulher é forte, faz da toalha molhada um cobertor e da queda uma oportunidade para tirar uma soneca. Quando os filhos chegam a encontra vivinha da silva.
Outra cena de que gostei muito foi quando, entre os colegas deficientes, não aceita pedir migalhas em semáforos, a títulos de pedágio. Que dicotomia de sentimentos, hein? Foi chamada de orgulhosa, mas entendo perfeitamente, era uma encruzilhada da vida que a fez, naquele momento, renegar a fraqueza e optar pela dignidade. Que nervos de aço com o sangue da coragem e da bravura!
A senhora e o marido, que é um gigante de sorriso doce, um baixinho de ombros hercúleos, construíram uma família feliz e moral, psicológica, intelectual e espiritualmente saudável. Parabéns a ambos!
José Cardeal dos Santos Filho – Justiça Federal”
Goiânia - Go.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
O seu comentário significa carinho e aprovação. Fico cativada e agradeço. Volte sempre! Genaura Tormin