SEIXO ROLADO
(A. Carrijo)
Eu era uma pedra,
Cheia de arestas,
De pontas agudas
Que feriam
Os que me tocavam.
Mas as minhas lágrimas
E os pés que me pisaram
Desbastaram-me as saliências,
Abateram-me as quinas e as agulhas.
Hoje,
Quando apalpo o meu ser,
Com as mãos da consciência,
Não me reconheço no passado…
Como estou diferente!
Sou um seixo rolado!
Polido pela dor!
Obrigado, Senhor!
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Este poema não é meu. Tenho-o desde mocinha nos compartimentos da mente e do coração. É ele uma oração, a quem recorro sempre, tentando aparar as minhas muitas arestas, para rolar no rio da existência.
Dá para muito rezar e muito pensar
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