PLANTIO

PLANTIO
PLANTIO
(Genaura Tormin)

Deus,
Senhor dos mares e montes,
Das flores e fontes.
Senhor da vida!
Senhor dos meus versos,
Do meu canto.

A Ti agradeço
A força para a jornada,
A emoção da semeadura,
A alegria da colheita.

Ao celeiro,
Recolho os frutos.
Renovo a fé no trabalho justo,
Na divisão do pão,
. E do amor fraterno.

quarta-feira, 28 de março de 2012

MAROLA, VELEIRO E VENTO


 
MAROLA, VELEIRO E VENTO
(Genaura Tormin)

Céu azul,
Mar revolto,
Alcatifa dos sonhos meus!
Viajo no galope da saudade.
Volto no tempo!
Cheiro de maresia,
Marolas, veleiros...
Vento cantarolando
Na copa dos coqueiros...

O verde da esperança,
E eu, feito criança,
Correndo pela branca areia,
Às carícias das brumas fugidias,
E ao som da ventania.
Ah, eu era só alegria!

As ondas quedavam-se
Ante os pés andejos, dançarinos.
Em coro,
Pássaros entoavam hinos,
Em coloridos gorjeios.
O céu bordado de nuvens viajeiras.
Uma tela de rara beleza,
Numa manhã fagueira.

Hoje,
Desnudo de adereços,
O vento ainda canta para mim.
Parece que ouço o rumorejo,
Daquele vento gostoso,
Que me bordava de beijos.

domingo, 25 de março de 2012

MÃE


MÃE
(Genaura Tormin)


Palavra querida, grafada na palma da mão,
A quem Deus confiou a maternidade,
Por ser símbolo da bondade,
Do desvelo, da ternura e da compaixão.

Mãe, Um dia partiste para não mais voltar!
Eu fiquei só, sem acalanto, sem amor...
Muitas vezes, chorei a minha dor,
Relembrando a tua cantiga de ninar.

Mesmo assim, estás a me  guiar.
Na minha saudade, és a alegria,
A prece que me faz continuar.

Fiquei contando luas para te encontrar.
E na minha fantasia,
Vivo sempre contigo a sonhar.

sábado, 17 de março de 2012

POR QUE FAÇO POEMA?


(Vem aí mais uma casinha dos poemas meus! É bom guardá-los com carinho, acomodá-los num cantinho! O título? Achei-o lindo: MARAROLA, VELEIRO E VENTO. Espero que vc goste também. Afinal, é vc o porquê e a razão desse meu versejar.)


POR QUE FAÇO POEMA?
(Genaura Tormin)


Porque o poema é prece!  Consola e encanta.

Pede passagem ao cair da tarde, no vagar do tempo, nas horas caladas, no frio das madrugadas...
 Em dolorido grito, no colo da dor, do abandono, pede alforria para curar feridas!

Nos braços da poesia, viro poeta: engendro versos, bordo minha fantasia e deixo jorrar pelos caminhos os restos de verdades, retalhos de alegrias, gritos inaudíveis que os versejo agora na lousa do tempo.

São transparências do que sou, em lampejos de ternura, de sensibilidade, que formam minha bagagem.
São legados de um caminho trilhado, cujas cicatrizes ainda arquejam exangues.

A natureza se faz parceira e o vento, com seus muitos trinados, ainda canta para mim. Parece que ouço o rumorejo desse vento gostoso que me cobre de beijos.

Assim é MAROLA, VELEIRO E VENTO, em que o meu versejar ganha forma, essência e cor, exibindo-se  ao  leitor que, com certeza, saberá enroscar-se em seus veios, para comigo espreitar luares, cantar amores e degustar saudades.

segunda-feira, 12 de março de 2012

PONHA EM PRÁTICA! TENTE!



PONHA EM PRÁTICA! TENTE!

Acabei de ler esse texto, recebido por e-mail. Divido com vocês! "Agua mole em pedra dura, tanto bate até que fura". Quem sabe, essa excelente receita possa se agregar a nós e fazer a diferença!

“... Ela me interrompeu com o entusiasmo de uma garotinha que acabou de ganhar um filhote de cachorrinho.

- Ah, eu adoro essas cortinas...
- Mas a senhora ainda nem viu o seu quarto... Espera um pouco...
- Isto não tem nada a ver, ela respondeu, felicidade é algo que você decide por princípio. Se eu vou gostar ou não do meu quarto, não depende de como a mobília vai estar arrumada... Vai depender de como eu preparo minha expectativa.

E eu já decidi que vou adorar. É uma decisão que tomo todo dia quando acordo.

Sabe, eu posso passar o dia inteiro na cama, contando as dificuldades que tenho em certas partes do meu corpo que não funcionam bem..
Ou posso levantar da cama agradecendo pelas outras partes que ainda me obedecem.

- Simples assim?
- Nem tanto. Isto é para quem tem autocontrole e todos podem aprender. Exigiu de mim um certo 'treino' pelos anos afora, mas é bom saber que ainda posso dirigir meus pensamentos e escolher, em consequência os sentimentos.

Calmamente ela continuou:

- Cada dia é um presente, e enquanto meus olhos se abrirem, vou focalizar o novo dia, mas também as lembranças alegres que eu guardei para esta época da vida. A velhice é como uma conta bancária: você só retira aquilo que guardou. Então, meu conselho para você é depositar um monte de alegrias e felicidade na sua Conta de Lembranças. E, aliás, obrigada por este seu depósito no meu Banco de lembranças. Como você vê, eu ainda continuo depositando e acredito que, por mais complexa que seja a vida, sábio é quem a simplifica.

Depois me pediu para anotar:
COMO MANTER-SE JOVEM:

1. Deixe fora os números que não são essenciais. Isto inclui a idade, o peso e a altura.
Deixe que os médicos se preocupem com isso.

2. Mantenha só os amigos divertidos. Os depressivos puxam para baixo.
(Lembre-se disto se for um desses depressivos!)

3. Aprenda sempre:
Aprenda mais sobre computadores, artes, jardinagem, o que quer que seja. Não deixe que o cérebro se torne preguiçoso.
'Uma mente preguiçosa é a oficina do Alemão.' E o nome do Alemão é Alzheimer!

4. Aprecie mais as pequenas coisas - Aprecie mais.

5. Ria muitas vezes, durante muito tempo e alto. Ria até lhe faltar o ar.
E se tiver um amigo que o faça rir, passe muito e muito tempo com ele!

6. Quando as lágrimas aparecerem
Aguente, sofra e ultrapasse.
A única pessoa que fica conosco toda a nossa vida somos nós próprios.
VIVA enquanto estiver vivo.

7. Rodeie-se das coisas que ama:
Quer seja a família, animais, plantas, hobbies, o que quer que seja.
O seu lar é o seu refúgio. Não o descarte...

8. Tome cuidado com a sua saúde:
Se é boa, mantenha-a.
Se é instável, melhore-a.
Se não consegue melhora-la, procure ajuda.

9. Não faça viagens de culpa. Faça uma viagem ao centro comercial, até a um país diferente, mas NÃO para onde haja culpa.

10. Diga às pessoas que as ama e que ama a cada oportunidade de estar com elas.


"O que de nós vale a pena se não tocarmos o coração das pessoas?"

quarta-feira, 7 de março de 2012

DELEGACIA DA MULHER



DELEGACIA DA MULHER
(Genaura Tormin)

Naquele ano criava-se a Delegacia da Mulher, com o objetivo de coibir a violência praticada contra ela. Era mais um avanço conquistado em prol da libertação e do desenvolvimento feminino. Era a esperança de acabar com a lei do silêncio, pois o medo, o sentimento de inferioridade e a dependência econômica, forçam as mulheres a sofrerem caladas.

Os jornais começaram a cogitar delegadas para ocupá-la. O meu nome saíra em primeira mão para ocupar o cargo de delegada adjunta. E eu aceitei. Também como mulher e numa cadeira de rodas, num marco de ousadia e coragem desfraldava minha bandeira, conquistando o lugar e o respeito que me eram devidos, como ser matriz, criado à imagem e semelhança de Deus. Embora paraplégica, estava mostrando a minha cara, impondo-me como somadora de esforços comuns, agora numa delegacia diferenciada. Necessitava mesmo ser uma nova mulher: aguerrida, decidida, determinada... Que mais queria? A mente estava ilesa e eu poderia me espiralar em crescimentos mil. “A verdadeira grandeza não é receber honrarias, mas merecê-las” — disse Aristóteles.

Finalmente, eis-me deixando o Sexto Distrito Policial, onde militara por três anos e tantos inquéritos de relevâncias presidira.

Muitas conquistas se fazem sentir neste milênio. O próprio progresso tecnológico, a informática, a globalização, as pesquisas científicas, têm propiciado justiça em defesa da mulher, especificamente, o exame de DNA. A Delegacia da Mulher que, por si só tem coibido parte da violência, também foi uma conquista.

Considerada prioridade pelos movimentos feministas do País, as Delegacias da Mulher vieram suprir uma carência de justiça em relação à metade da população do Brasil, quase sempre retirada da condição de vítima e transformada em ré.

A criminalidade acentuada reforçava o idealismo, a coragem e os nossos valores, conduzindo-nos a defendê-los. Defendendo, principalmente o alvo do nosso trabalho ali: a dignidade da mulher ferida, usada e, desumanamente abatida, não só em seus sentimentos, mas no seu bem primordial – a vida. Nada justifica tanta crueldade. Quem ama, cuida!

É lamentável que toda essa violência seja, na maioria, praticada por maridos, parceiros, pessoas que repartem sob o mesmo teto relações de afetividade, formando uma família. É incrível como o amor pode gerar a dor, o ódio, esfacelando o lar e comprometendo os filhos. É mesmo um resquício do primitivismo. Por vezes, essa ‘camisa-de-poder’ leva o pretenso macho a usar da sua superioridade física para subjugar a fêmea, transformando-a num objeto de sua propriedade, embora a Constituição Federal ressalte a igualdade entre os sexos.

Os conflitos humanos são criados pelo uso indevido da inteligência. Temos que utilizar dessa mesma inteligência para descobrirmos meios e formas para superar esses conflitos, principalmente em família. O aperfeiçoamento do convívio e da prática de valores morais alicerça o equilíbrio capaz de melhorar o mundo. Quando houver atenção ao exercício da honestidade, do respeito, da preocupação com o outro, aliados à inteligência, bondade e afeto, todos os seres humanos se entenderão e passarão a ser construtivos.

A mulher e o homem foram criados para se interagirem, para se completarem. Eles se precisam mutuamente. Deveriam ser iguais às asas de um pássaro, que não se subjugam, mas se equilibram lado a lado propiciando a plenitude do vôo. “Amar não significa tornar o outro adaptado, submisso ou semelhante a nós. Amar significa libertá-lo, deixá-lo livre, deixá-lo viver”. (Penny Mc Lean)

Na delegacia, conheci mulheres de todas as classes sociais. Todas clamavam por respeito à dignidade de ser humano, sob a condição feminina. Erguendo sempre a bandeira da paz em defesa da unidade da família, tentei minimizar conflitos, sob a égide da lei, da razão e do amor.

Embora seja denominada de sexo frágil, herdeira da submissão dos meus antepassados, orgulho-me de ser mulher! Carrego na bagagem muitos preconceitos, muitos rótulos, além de uma deficiência locomotora e uma cadeira de rodas para deambular. As dificuldades dribladas dão-me oportunidades, e em nome dessa bandeira que ostento, teço sonhos de igualdade. Vou à luta! O meu nome é trabalho!

A discriminação e o preconceito contra a mulher são tão antigos quanto o mundo, cujos registros de tamanhas inculturações remontam aos escritos dos mais célebres filósofos da Antigüidade, bem como códigos, constituições e tratados, incluindo poetas, santos e teólogos. Até Napoleão Bonaparte, imperador francês, teria dito que: “As mulheres nada mais são do que máquinas de fazer filhos”.

Por excelência, a mulher tem sido guerreira! Tem-se sobressaído com galhardia, enfrentado o desafio com unhas e dentes para conquistar o seu espaço, a sua cidadania, o seu direito de competir e mostrar que é capaz. Não obstante as muitas dificuldades provenientes do resquício desse obsoletismo que permeia as mentes acanhadas da sociedade e, particularmente, do machismo arraigado de muitos maridos, a mulher tem mostrado a sua cara! Hoje, representa 52% do eleitorado e se engaja nas mais variadas profissões no mercado de trabalho. A Constituição de 1988, especificamente, resguardou-lhe direitos de cidadania.

Estamos em transição. É chegada a hora de o homem descer do seu pedestal para dividir conosco as tarefas domésticas em nome dessa igualdade de direitos e da justeza, claro. Hoje somos parceiras: dividimos responsabilidades financeiras e carinho. Seguimos lado a lado. O estereótipo de fardo, de objeto sexual, foi banido. Podemos nos sustentar com o fruto do nosso trabalho. Estamos resgatando a nossa identidade e o respeito, mais do que devidos.

Estamos no páreo, e exemplos dignos nos concitam a batalhar pela cidadania plena, pelo direito de participar da vida socioeconômica e política do País, vencendo esses preconceitos velados, não nos subjugando às subserviências, mas, sobretudo, fazendo-nos respeitar pela competência e pela coragem que nos alicerçam, mesmo enfrentando jornada dupla de trabalho para conciliar os deveres domésticos e a criação da prole.

A condição de fêmea, sujeita à sublime missão da maternidade, tem sido impedimento para a consecução de empregos. A diferenciação de salários para trabalhos iguais aos do homem é mais uma forma de opressão. Entretanto sabemos que não há discriminação que resista à competência. Basta a oportunidade para provar.

A mulher é mãe da humanidade. É o único ser criador, uma vez que concebe, transporta, alimenta, dá à luz e cria um novo ser. A história nos faz recordar de todas as heroínas anônimas que, em nome do amor, transformaram-se em mães.

A mulher é a base das nações. O sustentáculo. A fornecedora de homens para todas as guerras, além do elo de amor que une, cala e consola. É um misto de criadora e criatura, “invencível pelas lágrimas e capaz de todos os martírios”.

Plagiando o poeta, ouso dizer que:
“O Homem é um oceano, a mulher, um lago.
O oceano tem a pérola que o embeleza, o lago tem a poesia que nos deslumbra.
O Homem é a águia que voa, a Mulher, o rouxinol que canta.
Voar é dominar o espaço, cantar é conquistar a alma.
O Homem tem um farol, a experiência, a Mulher tem uma estrela, a esperança.
O farol guia, a esperança salva.
Enfim, o Homem está colocado onde termina a Terra, a Mulher, onde começa o Céu!”

LEVE, LIVRE & SOLTA!


Sejam bem vindos!
Vocês alegram a minh'alma e meu coração.

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Era uma luz no fim do túnel e eu não podia perder.
Era a oportunidade que me batia à porta.
Seria uma Delegada de Polícia, mesmo paraplégica!
Registrei a idéia e parti para o confronto.
Talvez o mais ousado de toda a minha vida.
Era tudo ou NADA!
(Genaura Tormin)



"Sou como a Rocha nua e crua, onde o navio bate e recua na amplidão do espaço a ermo.
Posso cair. Caio!
Mas caio de pé por cima dos meus escombros".
Embora não haja a força motora para manter-me fisicamente ereta, alicerço-me nas asas da CORAGEM, do OTIMISMO e da FÉ.

(Genaura Tormin)