PLANTIO

PLANTIO
PLANTIO
(Genaura Tormin)

Deus,
Senhor dos mares e montes,
Das flores e fontes.
Senhor da vida!
Senhor dos meus versos,
Do meu canto.

A Ti agradeço
A força para a jornada,
A emoção da semeadura,
A alegria da colheita.

Ao celeiro,
Recolho os frutos.
Renovo a fé no trabalho justo,
Na divisão do pão,
. E do amor fraterno.

domingo, 21 de março de 2010

UMA REFLEXÃO


UMA REFLEXÃO
(Genaura Tormin)

Um encontro nacional de pessoas com deficiência física, realizado na minha cidade. Eu estava lá, estreando, aprendendo, participando, conhecendo o meu novo habitat.

Como principiante, sentia-me intrusa naquele ambiente que jamais havia sido meu. O visual impregnava-me de compaixão, apesar de os deficientes serem alegres e extrovertidos. Faziam brincadeiras e elogiavam a hospitalidade goianiense e até a alimentação (mísera marmitex industrializada).

Eram humildes, acostumados às crueldades da vida. Via-se que a maioria apresentava baixo poder aquisitivo. Alguns ocupavam cadeiras de rodas, em cujo encosto lia-se em letras garrafais: “DOAÇÃO DO PALÁCIO DO GOVERNO”.

Era o inverso do enunciado bíblico: “Quando deres, faça-o com a mão sem que a outra perceba”.

O ônus pago pela cadeira de rodas, necessidade número um da pessoa que não pode dela prescindir para deambular, era elevado demais. Significava dizer a todos: “Sou tão inválido e pobre que não pude comprar a minha própria cadeira de rodas”.

Era o preço da humilhação, portanto, mais caro do que uma cirurgia de grande porte, pois a ferida não sara e fica sempre à mostra para o escarneo público.

Aquilo para mim era cruel. Era a exploração camuflada de solidariedade para arrebanhar a anuência da massa de manobra, numa vil propaganda. Por isso eles eram a estampa do Cristo Crucificado; espectros de seres, sem auto-estima, vivendo por viver e, ainda, ostentando, aonde quer que vão, a propaganda do GOVERNO-PAI.

Abomino tal conduta, a qual se enquadra como ato típico perfeito de roubo da dignidade. E dói muito quando feito pelos governantes que apenas administram as receitas oriundas dos nossos impostos e têm por obrigação o soerguimento social.

É preciso que haja consciência, que haja voz para denunciar tais deslizes que, por vezes, aleijam mais do que a própria deficiência, pois comprometem a mente, o equilíbrio, a auto-estima e o desejo de continuar vivendo.

Ali, eu era a mais recente paraplégica. Era caloura na profissão de não marcar passadas no chão.

3 comentários:

  1. E hoje as passadas no chão representam uma fila de seguidores, aprendizes e fãs, entre tantos eu.
    Beijos. Márcia

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  2. Oi Genaura sou uma admiradoura sua te conheci através dos depoimentos de auto-hemoterapia a qual uso a técnica a 5 meses, relutei muito a postar esses comentários, pois sou extremamente insegura,e diante de tamanha coragem como a tua sinto-me envergonhado, sou + ou - de sua idade e consigo encontrar tantos obstáculos para realizar sonhos uma vez que a vida para mim não foi muito facil e perdi as minhas oportunidades na juventude hoje tenho dificuldade de achar que sou capaz de qualquer coisa, talvez volto a te postar,espero que sim, vou aguardar que vc me retorne me desculpe o desabafo mas vi em ti uma pessoa que pode me ajudar.Fique com Deus e que ele continue te iluminando que vc continue essa pessoa maravilhosa que para mim foi importante conhece-la. Beijo

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  3. Oi Genaura volta a te postar, pois te adimiro cada vez mais, estou lendo o seu livro passaro sem asas, estou no começo estou adorando e fico imprecionada com sua coragem, vou continuar lendo e volto a te postar quando terminar, sou sua fã.
    Peço ao senhor que continua a ilumiar o seu caminho, pois sei que sua luta é dificil e constante, mas quem tem um Deus como vc tem vence obstáculos, siga enfrente com essa confiança que lhe é peculiar. Um beijo fique com Deus

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O seu comentário significa carinho e aprovação. Fico cativada e agradeço. Volte sempre! Genaura Tormin


LEVE, LIVRE & SOLTA!


Sejam bem vindos!
Vocês alegram a minh'alma e meu coração.

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Era uma luz no fim do túnel e eu não podia perder.
Era a oportunidade que me batia à porta.
Seria uma Delegada de Polícia, mesmo paraplégica!
Registrei a idéia e parti para o confronto.
Talvez o mais ousado de toda a minha vida.
Era tudo ou NADA!
(Genaura Tormin)



"Sou como a Rocha nua e crua, onde o navio bate e recua na amplidão do espaço a ermo.
Posso cair. Caio!
Mas caio de pé por cima dos meus escombros".
Embora não haja a força motora para manter-me fisicamente ereta, alicerço-me nas asas da CORAGEM, do OTIMISMO e da FÉ.

(Genaura Tormin)