PLANTIO

PLANTIO
PLANTIO
(Genaura Tormin)

Deus,
Senhor dos mares e montes,
Das flores e fontes.
Senhor da vida!
Senhor dos meus versos,
Do meu canto.

A Ti agradeço
A força para a jornada,
A emoção da semeadura,
A alegria da colheita.

Ao celeiro,
Recolho os frutos.
Renovo a fé no trabalho justo,
Na divisão do pão,
. E do amor fraterno.

sábado, 17 de agosto de 2013

ESCADA QUE SOBE, DESCE!



ESCADA QUE SOBE, DESCE! 

(Genaura Tormin)

A vida é efêmera!
Passa tão depressa!

Tudo se esvai feito as águas do rio que tenta se agarrar às margens, levando consigo o que nelas encontram. Tudo tem a sua fase no seu tempo certo. O tempo de plantar e o tempo de colher. O nascimento, as travessuras de criança, a juventude risonha e doce, a fase adulta e a velhice. 

As experiências adquiridas servirão de alicerces evolutivos para a ascensão a novas experiências. Não se está na vida por acaso. Ninguém veste esta farda de carne sem um propósito, sem uma missão, sem um compromisso. 

O bem deve ser o gestor dos atos, pois o tempo é curto. Essa estada na vida significa apenas uma pequena fase, um estágio, um curso de especialização na matéria em débito, e o passaporte, com certeza, chama-se AMOR. 

Nesse caminho, há também o estrelato que satisfaz o ego, eleva a auto-estima, acalenta o orgulho, a vaidade, a prepotência, mas é passageiro, o que vale dizer que os mesmos degraus que elevam aos píncaros, conduzem aos calabouços. Ora pode-se dar as cartas, dar as ordens, ora recebê-las e cumpri-las humildemente.

A vaidade perniciosa tem preço muito elevado, onerando a matéria e o espírito. Cargos, status, saúde, sofrem a ação do tempo e os rigores da vida. Bens materiais são perecíveis, transitórios. Posições sociais se revezam na gangorra da existência. 

O descer, por vezes, parece injusto, mas é sempre regido pelas sábias leis na natureza em favor do crescimento humano. 

É preciso essa inversão para que se exerça a humildade, ferramenta indispensável para o recomeço, para o autoconhecimento, para a valorização da oportunidade de trilhar esse caminho, chamado vida. 

Entretanto ele é mestre implacável. Justo, por excelência. 

De repente tudo atirado ao nada sem um motivo plausível. Por quê? Porque chegou a hora de mais uma nova lição. Chegou a hora de rever se a trilha está correta e se o objetivo está sendo alcançado.

Antes que a prova bata à porta, é bom que se entenda que a retidão de caráter, a benevolência e o amor são atributos necessários aos caminheiros dessa estrada. Nela, os degraus esgueiram-se à frente. Ora subindo, ora descendo. Escadas avaliam os passantes. Muitos sobem, muitos descem. 

Os que se encontram no topo, por vezes, são arrogantes, prepotentes, impiedosos, cruéis, porque se julgam poderosos, esquecendo-se de que se há o caminho para a subida, com certeza, há também um outro que traz de volta. A escada que sobe, desce também. 

Outros, já na descida da escada, apoiando-se nos corre-mãos, ostentam sentimentos de revolta, de indignação, e até de conformação e piedade, lançando-se, muitas vezes, aos mais execráveis lamaçais e até ao suicídio. É uma questão de individualidade por causa das disposições mentais diferenciadas. 

O espírito bem direcionado, comedido e consciente do seu papel na jornada, significa uma bússola para o bem, ajudando a melhorar o meio em que vive.


Lembro-me de um pequeno poema, de autor desconhecido, que bem estampa esse entendimento: 

Dois pobres encarcerados,
das mesmas penas culpados
jaziam na mesma cela.

À claridade da lua,
chegam ambos à janela.
Um vê a luz das estrelas.
O outro a lama das ruas.


Nessa descida, muitos pedem ajuda, esquecendo-se de que para receber, geralmente, é preciso que se tenha dado. 

Quando se tenta aliviar a dor alheia, a nossa é aliviada por acréscimo. O que fizermos aos outros receberemos em dobro, quer seja bem, quer seja mal. 

Quantos experimentam a miséria e o ostracismo, depois de haver transitado pelos corredores da fama, do sucesso, dos aplausos... 

A Lei de Causa e Efeito é uma verdade e o maior tesouro que se pode construir aqui, resume-se no AMOR. Amor fraternal, conjugal, transcendental...E isso se começa pela família, alicerce seguro de todas as conquistas. É ela o batalhão sempre disposto a socorrer o soldado que tomba na trincheira. 

Consciente desse papel e embasado no bem maior, sob as sábias leis da Criação, é possível exercitar o amor transcendental, que se espargirá pelo caminho, impregnando a todos e fazendo valer essa passagem pela vida.

sábado, 10 de agosto de 2013

MEU PAI, MEU PORTO SEGURO




MEU PAI, MEU PORTO SEGURO
(Genaura Tormin)

Meu pai!
Mais um Dia dos Pais, sem você!
Quanta saudade eu sinto!
Quantos anos se passaram! 
Aqui estou eu, remoendo lembranças!
Carpindo saudades!
Volto ao tempo em que éramos uma oficina, 
um reduto de aprendizado e amor!
Éramos tão felizes em nossas dificuldades 
e não sabíamos!

Meu pai!
Você partiu primeiro para a outra dimensão da vida! 
Não se despediu nem recado deixou. 
Foi habitar outros mundos, singrar outros mares, 
conhecer outras paragens 
sem o peso de sua farda de carne.
Sei que nos reencontraremos uma dia!
Mas continuo pensando 
que os pais não deviam partir! 

Até hoje ainda não sei caminhar sozinha! 
Não me acostumei a ser gente grande. 
Preciso de ajuda, 
de alguém forte que me salve 
dos fantasmas que me agridem. 
E você não está aqui!
Mas posso senti-lo perto de mim! 
Embora não o veja em suas formas físicas, 
no meu coração, você continua vivo, 
feliz e contente esperando a gente. 
Até mais bonito! 

Relembro das nossas renhidas batalhas 
no enfrentamento da vida! 
Quantas dificuldades nos fizeram melhores! 
Você legou essa coragem, esse determinismo 
que fizeram de mim o que sou.
Continuo recruta assídua das agruras 
e posto-me sempre 
à frente da trincheira! Soldado, sou!  
Não me curvarei jamais à inércia, 
ao desalento, à desídia! 

O meu jugo oprime
 e o cansaço já me bate à porta da alma, 
ofuscando-me os caminhos. 
Trôpegos os passos e estropiados os pés!
O comboio parte sempre lotado e 
logo haverá um lugar para mim.  
Devagar vamos nos reunindo outra vez!

Somos seres espirituais e aqui estamos  
para crescer, aprender e voltar pra Casa 
com a bagagem aqui coletada. 
Oferto-lhe, neste dia, 
o meu preito de gratidão e o carinho 
sempre presente neste meu coração!
Parabéns, meu pai! 
Quanta saudade! 
Quanta falta você me faz!
Meu PORTO SEGURO, meu pai!

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

MEU POEMA TEM MAGIA



MEU POEMA TEM MAGIA
(Genaura Tormin)

Miro a eternidade,
Nas encostas dos sonhos.
Alcanço o infinito
E vejo tudo mais bonito.

Cavalgo no pensamento.
No dorso de miragens.
Construo castelos,
Enfeito-os de brisa e canto,
Flores e pranto.

Meu poema tem fantasia,
Melodia de riacho,
Cheiro de pradaria,
Céu estrelado,
Encanto e magia.

No bailado da alegria,
Borboletas voejam
Nas cores da natureza,
No trinado da passarada,
No refrulho da cascata...
Dentro de mim
Desnuda-se o Universo!

DOCE PRESENÇA DE MINHA MÃE



DOCE PRESENÇA DE MINHA MÃE
(Genaura Tormin)

Mortiça luz, 
Ao morrer o dia.
Negras nuvens 
Envolvem a terra.
A solidão se faz e
O ambiente é fúnebre.
A alma dolente 
Se esvai em prantos.
Tudo se perde 
Na confusão dos mundos.

Fecho a cortina,
Volto ao casulo.
Ouço passos... 
Um vulto de mulher 
Ganha formas,
Ocupa o espaço
À minha frente.

Tento falar e não consigo!
Escapa-me a emoção,
E eu me perco na imensidão azul
Dos seus olhos marejados.

Por um instante,
Num mudo diálogo
Senti a doce presença 
De minha MÃE ao meu lado.

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

A PROFECIA DA LUÍSA



A PROFECIA DA LUÍSA
(Genaura Tormin)


Somos uma família unida, coesa e contente.
Os filhos moram perto da gente, o que facilita o compartilhamento de carinho e cuidados.
São quatro os nossos filhos. Todos casados e endereçados na vida. Os netos aumentam a nossa razão de viver, fazendo-nos mais felizes.

O filho, Frederico (o caçula), mudara-se para um apartamento duplex próximo de nossa casa. O afeto crescera e nós estamos sempre entre eles e vice-versa.

Durante as minhas estadas lá, posto-me no primeiro piso, tendo em vista ser paraplégica e as minhas pernas de roldanas não subirem às escadas para alcançar o piso superior, onde ficam os quartos.

Tendo em vista o pé direito duplo da sala, aureolado por um pergolado na parte superior, é-me possível identificar portas.

Luísa, criança inteligente, linda, esperta, falante, dos “cabelos negros feito as asas da graúna”, imaginava várias maneiras para que eu acendesse ao andar superior.

_ Vovó, quero que você veja o meu quarto, o da mamãe e do papai, o do Pedro e o da Fernanda.

_ E quem é a Fernanda, Luísa?
_ É a minha irmã, vovó!
_ Mas você não tem irmã!
_ O Papai do Céu ainda vai mandar pra gente!
_ Como você sabe disso?
_ Porque sei!

Luísa é a primogênita da família e à época tinha quatro anos. É uma criança doce, terna, amiga do irmãozinho a quem dedica carinho e cuidados. Diz-se a professora dele e se responsabiliza por tudo que ele sabe.

Sempre que eu lá chegava, ela me lembrava de que teria que arranjar um jeito de eu subir as escadas, que costumeiramente me espreitavam de soslaio. Vez por outra eu sentia saudades dos passos saltitantes e faceiros que ficaram num passado tão distante. 

Quase 30 anos sem os seus trejeitos dançarinos. Mas os passos imaginários sempre me alongam as possibilidades de outras formas.

Enfim, surgira o esperado jeito para alçar voo aos dormitórios no piso superior. Carregada nos braços, lá ia eu! Luísa e Pedro eram só sorrisos. Subiam na frente como a preparar o caminho. Verdadeiros cicerones. 

As vozinhas estridentes atropelavam-se faceiras na descrição dos aposentos. 
Tudo muito bonito, decorado com motivos próprios, cheios de graça e bom gosto.

_ Aqui é o quarto da Fernanda, vovó! _ dissera-me Luísa, ensimesmada. Ato contínuo passara a abrir o armário e exibir as roupinhas, fraldas, sapatinhos e outros pertences, com farta descrição sobre a irmãnzinha que o PAPAI do céu mandaria.

_ E quando ela chegará, Luísa?
_ Vovó, a mamãe falou que vai pedir ao Papai do Céu.

_ Ah! Sim! Pois é, eu vou ficar muito contente, sabia? Eu amo vocês! E vou amar também a Fernanda.

O tempo passava célere. E alguns meses depois, via celular, o filho Frederico compartilhava comigo a alegria em ser pai, novamente.

_ Mamãe, você será vovó outra vez! Liana está grávida. Acabamos de pegar o resultado do exame!
_ Que bom, filho! Mais um coadjuvante para arrebanhar a nossa família no caminho do amor, na senda do bem. Quase um time, hein? Serão três filhos, três amores! A Luísa e o Pedro já sabem sobre a criança que está a caminho?
_ Ainda não.
_ Imagino a felicidade de ambos esperando o bebê. Estou muito feliz!

A vida tomara novos contornos na casa dos Antunes Tormins, bem como na casa dos avós e demais parentes.
Era o amor que, mais um vez, batia à porta, em forma de uma gentinha nova.

E a sementinha crescia no ventre da mamãe, cujas formas tornavam-se rechonchudas a cada dia, denudando-lhe a alma agradecida na fisionomia e na ternura do sorriso sempre presente. 

Liana é uma menina bonita, cativante e amiga. Para mim, uma filha! Carinhosamente, chama-me de tia. E eu gosto disso.

A família estava sendo agraciada, pois um filho é sempre um presente de Deus para vida! Uma centelha do Seu amor.

Os dias passavam-se lentos, aguçando a espera, estampada na alegria estridente das crianças, que contavam a novidade a todos. O contentamento era visível em toda a família.

_ Papai do Céu vai mandar pra mim uma irmãzinha vovó! A Fernanda! Eu não falei?
_ Falou, meu amor! E a vovó acreditou. Papai do Céu é muito legal, mesmo! Ele atendeu ao seu pedido e ao da mamãe, não foi?

Ainda não se sabia o sexo.
Tão logo fora possível, o exame foi feito e acusou ser um menino.

Novamente, Frederico passara-me uma mensagem avisando. O casal ficara preocupado sobre como dar a notícia a Luísa.
Chegou-se à conclusão de que isso seria feito com cautela e vagar.

Durante uma de minhas visitas, tentando ajudar, eu comentei sobre o Antônio, o novo irmãozinho que eles iriam ganhar.

Luísa ouvira o meu comentário e, imediatamente, interveio enérgica:
_ Vovó não é não é o Antônio! É a Fernanda! Eu já falei!
_ Mas o exame disse que é um menino!
_ Não é! Vovó, o exame errou! O que apareceu no exame foi o dedinho da Fernanda! A mamãe vai fazer outra vez e é menina, eu sei! É a Fernanda!

Acontece que, realmente, algum tempo depois, em um novo exame, comprovou-se ser uma MENINA. 
Isso não significou surpresa para Luísa, a qual sempre se mostrara segura quanto a vinda da irmã Fernanda.

O tempo passava e, num finzinho de tarde de um dia lindo do mês de fevereiro, quando o sol recolhia-se contente ao horizonte, bordando o céu de róseas pinceladas, chegava a Fernanda para alegrar a vida da gente!

A Luísa, agora com mais de cinco anos de idade, não se cabia de tanta felicidade em ter no colo a irmãnzinha tão esperada, para quem ela mesma escolhera um novo nome: Marina! 

Dizia que tinha que ser um nome que ela soubesse escrever. O finalista foi Malu e depois Marina, bem desenhado com a letrinha de uma criança amante.


Hoje, Marina tem cinco meses. Uma criança linda, sorridente que nos transporta ao Criador de Vidas. Costumo ver Deus nas crianças!

À luz da Doutrina Espírita, sabe-se, que até os sete anos de idade, é comum a criança viver em duas dimensões. É um  período de adaptação à sua nova reencarnação. Nesse período as lembranças são muito fortes. Isso é muito natural para ela. Chega a ter amigos que a gente não vê. Fala deles em histórias fantásticas. 

Por isso a Luísa referia-se a Fernanda com muita convicção e sabia que ela viria.

Nós, os pais, ainda desinformados, pensamos que se trata de fantasia e quase sempre procuramos ajuda psicológica.

A REENCARNAÇÃO É UMA VERDADE! E o véu do esquecimento sobre as existências passadas é uma benção, que nos permite aprender e evoluir sem entraves rumo à perfeição, a qual todos chegaremos um dia.

E assim, cumprira-se a PROFECIA DA LUÍSA!


LEVE, LIVRE & SOLTA!


Sejam bem vindos!
Vocês alegram a minh'alma e meu coração.

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Era uma luz no fim do túnel e eu não podia perder.
Era a oportunidade que me batia à porta.
Seria uma Delegada de Polícia, mesmo paraplégica!
Registrei a idéia e parti para o confronto.
Talvez o mais ousado de toda a minha vida.
Era tudo ou NADA!
(Genaura Tormin)



"Sou como a Rocha nua e crua, onde o navio bate e recua na amplidão do espaço a ermo.
Posso cair. Caio!
Mas caio de pé por cima dos meus escombros".
Embora não haja a força motora para manter-me fisicamente ereta, alicerço-me nas asas da CORAGEM, do OTIMISMO e da FÉ.

(Genaura Tormin)